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Nova vitória militar do regime sírio no milésimo dia de guerra

Guerra deixou mais de 126 mil mortos, segundo uma ONG síria, e milhões de refugiados desde março de 2011, quando teve início a revolta contra o regime de Bashar al-Assad

Damasco - O regime sírio conquistou uma nova vitória militar ao retomar um reduto rebelde, no momento em que a guerra chega, nesta segunda-feira (9/12), ao seu milésimo dia.

"Faz 1 mil dias hoje desde que os sírios saíram às ruas para exigir a liberdade", lembrou o chefe da diplomacia britânica, William Hague, afirmando que "chegou o momento de acabar com o conflito na Síria".

A guerra deixou mais de 126 mil mortos, segundo uma ONG síria, e milhões de refugiados desde março de 2011, quando teve início a revolta contra o regime de Bashar al-Assad.

[SAIBAMAIS]As forças do governo conquistaram uma nova vitória militar, retomando a cidade de Nabak, um dos últimos redutos dos rebeldes na região estratégica de Qalamoun, na fronteira com o Líbano. A imprensa oficial anunciou a tomada total da cidade, enquanto o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicava ainda havia "bolsões de resistência".

A rede de televisão síria mostrou imagens da praça principal de Nabak, indicando que os moradores "começam a voltar".

Segundo o OSDH, "as forças regulares também conseguiram retomar o controle da estrada internacional Homs-Damasco", vinte dias depois do fechamento da via, com o início da "batalha de Qalamoun".

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Se o regime conseguir retomar toda essa área, ele vai garantir uma continuidade territorial sob seu controle entre as províncias de Damasco e de Homs. Qalamoun foi durante um ano a base de retaguarda dos rebeldes que transportavam no local armas destinadas a seus redutos na região de Damasco.

Os rebeldes vêm registrando uma série de derrotas para o Exército, apoiado pelo Hezbollah libanês, por milicianos iraquianos e por oficiais iranianos.

Sem saída rápida para o conflito

Neste contexto, considerando que a conferência de paz sobre a Síria deve ser realizada em 22 de janeiro, em Genebra, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse que não acredita que ela terá resultados rápidos.

"É muito difícil imaginar um desfecho positivo rápido", disse, considerando que a conferência acontecerá "em condições muito difíceis".

Regime e oposição divergem a respeito da solução a ser discutida nesta conferência adiada em várias oportunidades. O líder da oposição síria, Ahmad Jarba, reafirmou nesta segunda-feira que o presidente Assad não deve participar do período de transição, enquanto o governo de Damasco assegura que o chefe de Estado deve conduzir a transição.

"Depois de 125.000 mortos e na situação desastrosa em que se encontra a Síria -- e Bashar al-Assad é o principal responsável--, ninguém sensato pode imaginar que a consequência de tudo isso seja manter Bashar al-Assad no comando do governo", disse Fabius.

A oposição síria vai divulgar na terça-feira um relatório denunciando pelo menos "20 massacres com armas brancas praticados pelas forças do governo" desde o início do conflito, nos quais 200 famílias inteiras morreram.