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Polícia pressiona manifestantes favoráveis à União Europeia, na Ucrânia

A medida foi tomada por conta da visita da chefe da diplomacia da UE, em Kiev, para se reunir com o presidente Viktor Yanukovich

Agência France-Presse
postado em 10/12/2013 11:39
Kiev - As forças de segurança ucranianas pressionaram nesta terça-feira (10/12) os manifestantes favoráveis à União Europeia, que foram desalojados violentamente na madrugada desta terça-feira de Kiev poucas horas antes da chegada da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton. Durante a visita, Ashton, que se reunirá com o presidente Viktor Yanukovich, tentará aproximar as posições do governo ucraniano e da oposição. Mas ela não fará uma "mediação formal", tarefa que cabe às forças políticas ucranianas, destacou a UE.

[SAIBAMAIS]Ashton disse temer que a pressão das forças oficiais sobre os manifestantes complique uma saída da crise política na Ucrânia. A polícia ucraniana retirou na madrugada desta terça-feira as barricadas dos manifestantes pró-UE que bloqueavam os prédios públicos em Kiev, capital do país, em uma operação que deixou feridos e relegou a mobilização à praça da Independência. Os confrontos explodiram durante a madrugada, quando os policiais desalojaram os manifestantes que mantinham uma barricada nas proximidades da sede da presidência. Vários manifestantes foram agredidos com cassetetes.



Segundo o partido de oposição Svodoba, cujos representantes estavam no local, 10 manifestantes ficaram feridos e um deles fraturou as costelas. Um jornalista observou três policiais feridos. As forças de segurança começaram na segunda-feira (9/12) à tarde o processo de retirada das barricadas montadas pelos manifestantes pró-UE em vários pontos do bairro da capital ucraniana que abriga a presidência, a sede do governo e o Parlamento. O bairro amanheceu sem barricadas e com policiais controlando o acesso às proximidades da sede do governo.

Quase 300 manifestantes permaneciam na praça da Independência, a uma temperatura de sete graus negativos. Na segunda-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden comunicou a Yanukovich sua "profunda preocupação" a respeito de uma possível escalada da violência em Ucrânia. A oposição acredita que Yanukovich prepara em segredo a entrada da Ucrânia, que está em uma difícil situação econômica, em uma união alfandegária da Rússia com ex-repúblicas soviéticas. No fim da tarde de segunda-feira, as forças oficiais obrigaram dezenas de manifestantes que bloqueavam a sede do governo a recuar, em uma operação que não resultou em confrontos.

O partido Batkivshchina, da líder opositora detida Yulia Timoshenko - ex-primeira-ministra e uma das figuras da Revolução Laranja - afirmou que a polícia entrou em sua sede em Kiev. O presidente ucraniano parecia ter ouvido os pedidos de calma dos países ocidentais ao anunciar que se reuniria com os três ex-presidentes do país - Leonid Kravchuk, Leonid Kuchma e Viktor Yushenko -, para debater a situação. A reunião deveria servir para estabelecer as bases das negociações entre o governo e a oposição, com o objetivo de encontrar um compromisso, segundo um comunicado da presidência.

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