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Raul Castro fala do envolvimento de Cuba na África ao lembrar Mandela

Durante discurso na cerimônia em homenagem ao ex-presidente sul-africano, o presidente cubano lembrou uma frase do irmão Fidel: " Mandela não entrará para a história pelos 27 anos que passou detido, e sim porque foi capaz de arrancar de sua alma o veneno que criou um castigo tão injusto"

Agência France-Presse
postado em 10/12/2013 12:26
Raúl Castro Ruz fala durante a cerimônia em homenagem a Nelson Mandela

Joannesburgo -
O presidente cubano Raul Castro recordou nesta terça-feira (10/12), na homenagem póstuma a Nelson Mandela, a amizade do líder sul-africano com seu irmão Fidel Castro e os vínculos criados pelo apoio cubano aos movimentos rebeldes africanos. "Jamais esqueceremos quando (Mandela) nos visitou em 1991 e disse que o povo cubano tinha um lugar especial no coração dos povos africanos", disse Castro no estádio Soccer City de Johannesburgo, ao mencionar a visita de Mandela a Cuba um ano depois de deixar a prisão, a primeira viagem que fez à América Latina.

[SAIBAMAIS]"Cuba, que leva em suas veias sangue africano, surgiu na luta pela independência da Espanha e posteriormente teve o privilégio de combater e construir junto às nações africanas", recordou. As relações de Mandela, Cuba e Fidel Castro começaram na década de 1970, com o apoio concedido pela ilha comunista ao Congresso Nacional Africano (ANC), o partido de Mandela, quando ele estava preso.



A relação ganhou força com a participação militar cubana em apoio à independência de Angola. Cuba enviou 50 mil soldados para combater em Angola as forças sul-africanas, até sua retirada no fim dos anos 1980. "Mandela é um exemplo insuperável para a América Latina e o Caribe, que avançam na integração em benefício de seus povos", prosseguiu Raúl Castro, que não mencionou a palavra "imperialismo" e apertou a mão do presidente americano Barack Obama, que discursou antes dele na homenagem a Mandela.

Raúl mencionou a "amizade íntima" de Mandela e Fidel, antes de citar uma frase do irmão. "Mandela não entrará para a história pelos 27 anos que passou detido, e sim porque foi capaz de arrancar de sua alma o veneno que criou um castigo tão injusto".

Obama cumprimenta o presidente cubano antes de discursar no memorial de Nelson Mandela, no estádio de futebol Soccer City, em Joanesburgo

Antes do discurso, Raúl Castro recebe um aperto de mão do presidente americano Barak Obama. Obama ofereceu este aperto de mãos histórico antes de subir na tribuna para pronunciar seu discurso, testemunhando assim a sua vontade de se aproximar de antigos inimigos dos Estados Unidos, explicou esta autoridade. Os dois países mantém relações tensas desde os anos 1960.

As imagens da televisão sul-africana, que retransmite a cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, mostraram este aperto de mão. Barack Obama e Raúl Castro trocaram algumas palavras antes de o presidente americano dar um abraço em Dilma Rousseff, que estava ao lado do líder cubano na galeria do estádio Soccer City, em Soweto.

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