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Senado do Paraguai aprova protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul

Ao todo, 29 senadores votaram a favor, e dez opositores foram contra; cinco senadores não compareceram à sessão

Agência France-Presse
postado em 10/12/2013 18:00
O Senado do Paraguai aprovou nesta terça-feira (10/12) o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, pendente desde 2006, e enviou o texto para a Câmara dos Deputados para sua aprovação final. O Partido Colorado, da situação, tem confortável maioria na Casa.



Ao todo, 29 senadores, 19 deles do partido governista, votaram a favor, e dez opositores foram contra. Cinco senadores não compareceram à sessão.

"Dentro do Mercosul, o Paraguai poderá reivindicar e exigir o que se decidiu na sua ausência", disse o ministro das Relações Exteriores, Eladio Loizaga, ao justificar a mudança de postura do governo de Horacio Cartes.

Em princípio, Cartes havia condicionado seu retorno ao bloco à concessão da presidência interina a seu país, antes da saída da Venezuela, para que o Congresso paraguaio aprovasse o protocolo de adesão.

"Nosso desejo é voltar a participar plenamente do Mercosul, porque é a única maneira de defender nossos interesses e exigir que se cumpram as obrigações que cada Estado-membro tem", acrescentou Loizaga.

Em 23 de agosto de 2012, os senadores da legislatura anterior (encerrada em junho de 2013) rejeitaram o ingresso da Venezuela no Mercosul por 31 votos contra três, e 11 ausentes.

[SAIBAMAIS]Essa decisão foi tomada dois meses depois da destituição do então presidente de esquerda Fernando Lugo, que significou a suspensão do Paraguai do bloco por parte de seus sócios Brasil, Argentina e Uruguai, na cúpula de 29 de junho de 2012, em Mendoza (Argentina).

Os três países aprovaram assim a incorporação da Venezuela, já que ela havia sido rejeitada apenas pelo Parlamento paraguaio.

Os opositores ao presidente Cartes criticaram, esta semana, a mudança de opinião o governo, acusando-o de "aceitar a política de fatos consumados".

"Cartes quebrou sua promessa", destacou a senadora opositora Desirée Masi, lembrando que o presidente garantiu, antes de assumir em 15 de agosto passado, que seu governo não voltaria ao bloco até a retirada da Venezuela. Segundo o tratado do Mercosul, a entrada de um novo membro deve ser decidida por unanimidade pelos sócios plenos.

No Senado, a oposição acusou Cartes de ceder às pressões de Brasil e Argentina, que estariam interessados na reincorporação do Paraguai para levar adiante as negociações de um acordo de livre comércio com a União Europeia.

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