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Parlamento Europeu rejeita proibição de pesca com arrasto de profundidade

A pesca de profundidade consiste no arrasto do fundo do mar a uma profundidade de 400 a 1.500 metros, praticada essencialmente no litoral da Escócia e da Irlanda

Agência France-Presse
postado em 10/12/2013 18:24
Os deputados europeus rejeitaram nesta terça-feira (10/12) por 342 votos contra 326, um projeto para proibir a pesca com arrasto de profundidade, considerada um fator de destruição do fundo do mar. Apesar de uma forte mobilização de militantes ecologistas, os eurodeputados aprovaram o compromisso alcançado na comissão de Pesca do Parlamento Europeu, que se limita a regular a pesca em profundidade para proteger os ecossistemas mais vulneráveis.

A pesca de profundidade consiste no arrasto do fundo do mar a uma profundidade de 400 a 1.500 metros. É praticada essencialmente no litoral da Escócia e da Irlanda. As associações de defesa do meio ambiente criticam este método por considerar que destrói o fundo do mar e por ser pouco seletivo.

A proibição tinha sido proposta pela Comissão Europeia para o Atlântico nordeste. O Parlamento Europeu propôs antes de uma proibição geral uma restrição nas regiões mais vulneráveis, enumeradas pela Comissão, onde há corais e outros ecossistemas marinhos frágeis.

Durante um acalorado debate na segunda-feira (9/12) no plenário da Câmara, o relator da resolução da Comissão de Pesca, o socialista grego Kriton Arsenic, destacou a má vontade dos governos para proteger o leito marinho e pediu aos eurodeputados que votassem em um "mandato forte".



Apoiar o compromisso apresentado a princípio, sabendo que está condenado a "ser ainda mais abrandado" pela pressão do trio França-Espanha-Portugal, cujas frotas pesqueiras representam 90% desta atividade, "não faria nenhum sentido", afirmou.

A proibição proposta foi rejeitada "apesar da destruição considerável do leito marinho que esta técnica provoca", lamentou em uma primeira reação o eurodeputado verde francês Jean-Paul Besset. "Diante da falta crescente de recursos marinhos, impôs-se a lógica produtivista de sempre mais e mais longe, mais fundo", denunciou.

Enquanto isso, a associação Blue Fish, que representa as empresas do setor da pesca, saudou em um comunicado o voto do Parlamento Europeu, indicado que preservaria o emprego do setor, bem como o meio ambiente.

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