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Golfo pede ao Irã uma prova da nova orientação política regional

Preocupadas pela guerra na Síria, as seis monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo também exigiram a retirada de todas as forças estrangeiras do país

Agência France-Presse
postado em 11/12/2013 13:55
Kuwait - As monarquias árabes do Golfo defenderam nesta quarta-feira (11/12) em sua cúpula anual no Kuwait uma linha dura sobre a guerra na Síria e pediram ao Irã uma prova concreta da nova orientação de sua política regional. Preocupadas pela guerra na Síria, as seis monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) exigiram a retirada de todas as forças estrangeiras do país, em alusão a todos os combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah e aos conselheiros do Irã que ajudam o regime do presidente sírio Bashar al-Assad.

[SAIBAMAIS]Em um comunicado final, afirmam que "os pilares do regime que têm sangue do povo sírio (em suas mãos) não devem desempenhar nenhum papel no governo de transição e no futuro político da Síria". Estes países denunciam "um genocídio do povo sírio perpetrado pelo regime com a ajuda de armas químicas e de armas pesadas". Estes países, liderados pela Arábia Saudita, que apoia a rebelião síria contra o regime de Assad, são favoráveis à participação da oposição na conferência internacional de paz sobre a Síria, chamada Genebra 2 e prevista para o dia 22 de janeiro.



E dizem que "apoiam a decisão das forças da revolução e da oposição sírias, representantes legítimas do povo sírio, de participar da conferência de Genebra 2". A Síria reagiu logo depois, criticando duramente os países do Golfo por apoiarem a rebelião contra o regime em sua cúpula e acusando-os de incentivar "um terrorismo organizado". "Os países do Conselho de Cooperação do Golfo apoiam e praticam o terrorismo (...) financiando (os rebeldes) e fornecendo armas a eles (...), o que demonstra o envolvimento de alguns governos no terrorismo internacional organizado", afirmou o ministério das Relações Exteriores sírio em um comunicado divulgado pela televisão pública.

A conferência de Genebra 2 reunirá representantes do regime de Damasco e da oposição para tentar encontrar uma solução política para o conflito na Síria. O Conselho de Cooperação do Golfo estima que Genebra 2 deve levar à "formação de um governo de transição dotado de plenos poderes de acordo com a declaração de Genebra 1", adotada em junho. No entanto, não menciona as dificuldades da oposição síria, dividida pelos conflitos internos, e a ascensão dos extremistas, que começa a preocupar o Ocidente.

Como prova desta preocupação, Washington suspendeu sua ajuda militar não letal para o norte da Síria depois que no sábado combatentes da Frente Islâmica se apoderarem de instalações do Exército Sírio Livre. "Devido a esta situação, os Estados Unidos suspenderam qualquer entrega de ajuda não letal ao norte da Síria", afirmou à AFP um porta-voz da embaixada dos Estados Unidos em Ancara, T.J. Grubisha.

Abertura sobre o Irã

Por outro lado, os países do CCG comemoraram a nova orientação do Irã em relação a eles, pedindo ao país que concretize este novo rumo com medidas efetivas. As monarquias esperam que esta orientação "seja acompanhada por medidas concretas com um impacto positivo" na região. Neste contexto, a cúpula do CCG acolheu favoravelmente o acordo nuclear pactado em novembro em Genebra entre as grandes potências e Teerã, ao considerar que constituiu "um primeiro passo em direção a um acordo global e permanente sobre o programa nuclear do Irã, que provoca receios em nível internacional e regional".

Os seis países também condenaram a ocupação por Teerã de três ilhas do Golfo, cuja soberania é disputada entre Irã o e os Emirados Árabes Unidos. Após o acordo de Genebra, a república islâmica do Irã lançou uma ofensiva diplomática de aproximação com seus vizinhos do Golfo. O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Sharif, visitou na época quatro países do CCG (Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e Kuwait).

No entanto, a Arábia Saudita, que considera que Teerã deve demonstrar sua boa vontade colocando fim as suas ingerências na região, não recebeu o ministro. Tampouco o fez o Bahrein, que suspeita que o Irã está por trás de uma contestação popular da população xiita. Os líderes do CCG também expressaram sua "confiança na eleição do povo egípcio", referindo-se ao poder instaurado no Cairo depois que os militares derrubaram o presidente islamita Mohamed Mursi. E asseguram que conta com seu apoio econômico. Em nível interno, a cúpula pediu mais estudos para o projeto de união dos seis países, rejeitado publicamente por Omã.

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