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Franceses prosseguem operação de desarmamento na república africana

Hollande declarou na noite de terça-feira que "chegou o momento de agir" na República Centro-Africana contra os massacres, depois de ter prestado homenagem a dois soldados franceses mortos

Agência France-Presse
postado em 11/12/2013 14:00
Bangui - Os militares franceses mobilizados na República Centro-africana continuaban nesta quarta-feira (11/12) com o desarmamento dos grupos armados em Bangui, depois de ter recebido na véspera a visita do presidente François Hollande. Helicópteros militares sobrevoaram Bangui que está sujeita a um toque de recolher entre as 18H00 e 06H00 local e onde os soldados da operação "Sangaris" devem evitar que a população cristã, aterrorizada durante meses pelos abusos dos combatentes da ex-rebelião Seleka, exerçam represálias contra civis muçulmanos.

[SAIBAMAIS]Hollande declarou na noite de terça-feira que "chegou o momento de agir" na República Centro-Africana contra os massacres, depois de ter prestado homenagem a dois soldados franceses mortos algumas horas antes. Depois de desembarcar no aeroporto de Bangui, onde fica a base das forças francesas, Hollande passou algum tempo diante dos caixões dos dois paraquedistas mortos. Os dois foram mortos durante a noite em um confronto com homens armados perto do aeroporto. Foram as primeiras perdas francesas desde o início da operação francesa Sangaris, na noite de quinta-feira.



"A emoção é evidente depois do que aconteceu: dois soldados foram mortos pela missão que foi confiada a eles, e continua, e a outros soldados que estão aqui neste momento (...) para pacificar esta cidade e este país", declarou Hollande. "Chegou o momento de agir (...) Aqui mesmo em Bangui cerca de 400 pessoas foram mortas. Não é mais tempo de hesitar", declarou Hollande diante das tropas francesas, enquanto a cidade era sobrevoada intensamente por aviões e helicópteros de combate. "A França, aqui na República Centro-Africana, não busca nenhum interesse para ela mesma (...) A França veio defender a dignidade humana", acrescentou o presidente francês. O presidente francês acusou o ex-chefe rebelde, que chegou ao poder em março à frente da coalizão rebelde Seleka, de ter ignorado os recentes massacres de um conflito entre a maioria católica e muçulmanos. Os últimos episódios de violência deixaram cerca de 400 mortos.

Segundo o Estado-Maior francês, quase todos os grupos envolvidos nos conflitos foram desarmados sem incidentes maiores, em menos de 24 horas, com o apoio da força africana (Bisca). Os soldados franceses iniciaram na segunda-feira o desarmamento das milícias e grupos armados, após uma nova onda de violência que deixou quase 400 mortos na capital em apenas três dias. Nos últimos dias, os homens armados desapareceram das ruas da capital. Alguns abandonaram os uniformes e esconderam as armas para evitar os soldados franceses. Soldados franceses foram mobilizados na República Centro-Africana, onde por mandato da ONU devem apoiar a força africana mobilizada ali para restabelecer a segurança no país. Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente. Paris afirmou que o contingente francês será de 1.600 soldados.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março. Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

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