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Menino cubano Elián esperançoso com aperto de mãos entre Obama e Castro

Obama e Castro apertaram suas mãos na terça-feira (11/12) durante uma cerimônia em homenagem ao falecido líder sul-africano Nelson Mandela

Agência France-Presse
postado em 11/12/2013 15:51
Elián González, o menino cubano que sobreviveu a um naufrágio há 14 anos quando era levado por sua mãe ilegalmente a Miami, acredita que o aperto de mãos dos presidentes Barack Obama e Raúl Castro ajudará a mudar a história entre Estados Unidos e Cuba.

González, hoje com 20 anos e que chegou nesta semana ao Equador em sua primeira viagem ao exterior desde 2000, quando os Estados Unidos o devolveram ao seu pai após uma disputa legal midiática por sua custódia, disse esperar que o gesto de Obama não tenha sido apenas parte do protocolo, em declarações ao jornal El Telégrafo divulgadas nesta quarta-feira.

"Não sei quais eram as intenções, se foi algo de dupla moral ou uma ação protocolar por parte do presidente Obama. Tomara que não tenha sido isso, tomara que tenha sido um aperto de mãos que mude a história", declarou González, que viajou ao Equador para participar de um encontro internacional de jovens esquerdistas.

Obama e Castro apertaram suas mãos na terça-feira (11/12) durante uma cerimônia em homenagem ao falecido líder sul-africano Nelson Mandela.

González acrescentou que gostaria de acreditar que este aperto de mãos se converta em um "gesto de amizade, um gesto de solidariedade com o povo cubano".



Estados Unidos e Cuba romperam relações diplomáticas em 1961. Washington aplica um embargo comercial a Cuba desde 1962, que todos os anos é condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

No fim de 1999, González foi retirado por sua mãe clandestinamente de Cuba em uma embarcação precária que naufragou perto da costa da Flórida. A mulher morreu, mas o menor foi resgatado por um pescador e entregue a parentes que moravam em Miami.

O pai, Juan Miguel González, pediu em Cuba sua devolução, apoiado pelo governo de Havana, e os tribunais americanos decidiram a favor do cubano, apesar de uma forte rejeição dos setores anticastristas nos Estados Unidos.

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