Agência France-Presse
postado em 11/12/2013 19:44
A Magen David Adom, o equivalente em Israel à Cruz Vermelha, rejeitou nesta quarta-feira (11/12) a doação de sangue da deputada negra de origem etíope Pnina Tamano-Shata, provocando um escândalo que tomou conta dos meios de comunicação.A deputada ofereceu seu sangue durante uma campanha de doação organizada pela Magen David Adom na sede do Parlamento em Jerusalém, mas a funcionária do organismo explicou que "segundo as diretrizes do ministério da Saúde, não era possível aceitar sangue de origem judaica etíope".
A cena foi gravada por uma câmera, o que não deixou dúvidas sobre o incidente. Segundo a imprensa, o ministério da Saúde considera que o sangue de judeus de origem etíope não nascidos em Israel apresenta risco de contaminação por doenças como a Aids.
Em entrevista ao Canal 10, a deputada manifestou sua indignação com o incidente: "é uma afronta a toda uma comunidade por causa da cor de sua pele".
"Tenho 32 anos, cheguei aos três em Israel, prestei o serviço militar e tenho dois filhos; não há qualquer razão para ser tratada assim".
Ao menos 100 mil judeus etíopes emigraram para Israel nos últimos trinta anos nas operações "Moisés" e "Salomão", em 1984 e 1991.
Atualmente, mais de 120 mil judeus, entre eles 80 mil nascidos na África, vivem em Israel, onde são discriminados.