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Capital da República Centro-africana é ameaçada por crise humanitária

Segundo fontes humanitárias, há milhares de deslocados em Bangui, uma cidade que conta com 800 mil habitantes

Agência France-Presse
postado em 12/12/2013 11:05
A capital centro-africana enfrenta a ameaça de uma crise humanitária depois dos massacres sofridos na semana passada e que elevou milhares de pessoas a se refugir na base militar francesa ou esconder-se em bairros mais afastados.

A vida volta pouco a pouco à normalidade nas zonas de Bangui que permaneceram relativamente à margem da violência, mas a cidade continua em clima de guerra, com o sobrevoo de aviões de combate e a circulação de patrulhas militares pelas ruas.

Segundo fontes humanitárias, há milhares de deslocados em Bangui, uma cidade que conta com 800 mil habitantes.

Nos arredores do aeroporto, estão concentradas 45 mil pessoas que buscam a proteção do exército francês. Muitas estão acomodadas em barracas, mas a maioria dorme ao ar livre.

"Buscamos um refúgio, mas não há água, nem comida", afirma um morador oriundo de um bairro onde a população vivia aterrorizada pelos abusos dos ex-rebeldes do grupo Seleka, que começou a ser desarmado pelo exército francês na segunda-feira. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) montou uma clínica móvel, que garante entre 200 e 300 consultas diárias nos arredores do aeroporto.

Só há dois pontos de distribuição de água, instalados pela Cruz Vermelha. Há uma semana as agências de ajuda das Nações Unidas não distribuem comida, o que piora a situação.

Os soldados franceses iniciaram na segunda-feira o desarmamento das milícias e grupos armados, após uma nova onda de violência que deixou quase 400 mortos na capital em apenas três dias.



Nos últimos dias, os homens armados desapareceram das ruas da capital. Alguns abandonaram os uniformes e esconderam as armas para evitar os soldados franceses.

Os militares atuam por mandato da ONU e devem apoiar a força africana mobilizada ali para restabelecer a segurança no país.

Após a autorização da ONU, o exército francês lançou uma operação de apoio a uma força africana já presente. Paris afirmou que o contingente francês será de 1.600 soldados.

A República Centro-Africana está em conflito desde que a coalizão rebelde Seleka, majoritariamente muçulmana, derrubou o presidente François Bozizé no mês de março.

Um governo de transição liderado por um ex-rebelde perdeu o controle do país e grupos rivais, cristãos e muçulmanos, iniciaram uma série de confrontos extremamente violentos.

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