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Execução de tio do ditador Kim Jong-un lança mistério sobre regime coreano

Execução de tio do ditador Kim Jong-un divide especialistas e atrai fortes críticas dos EUA. China silencia. Analistas veem manobra sem precedentes para consolidação do poder e alertam sobre instabilidade interna


A execução sumária de Jang Song Thaek, tio do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, surpreendeu analistas, atraiu pesadas críticas dos Estados Unidos e lançou mais dúvidas em torno do enigmático regime. Especialistas em Pyongyang divergem sobre os impactos da punição a Jang no âmbito da política interna. A agência de notícias sul-coreana Yonhap divulgou fotos nas quais o tio de Kim aparece com as mãos amarradas, em um tribunal militar especial, pouco antes de ser morto. Casado com a irmã de Kim Jong-il, pai do atual mandatário, Jang ocupava a vice-presidência da Comissão de Defesa Nacional, a instância mais poderosa do país. Segundo a agência norte-coreana KCNA, ele tentou ;minar o Estado com todo tipo de intriga e métodos depreciáveis e (mostrou) uma ambição selvagem por tomar o poder supremo do nosso Partido (dos Trabalhadores) e do Estado;. A morte de Jang poderia indicar a consolidação de Kim Jong-un como déspota, reforçando seu controle absoluto, ou denunciar um governo instável, o que abriria espaço para dissidências e conspirações.

Washington reagiu com preocupação. ;Se for confirmada, (a execução de Jang Song Thaek) é outro exemplo da brutalidade extrema do regime da Coreia do Norte;, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf. Na última segunda-feira, quando Kim demitiu o tio, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, referiu-se ao regime vizinho como um ;reinado do terror;. ;A Coreia do Norte está envolvida num reinado do terror, realizando uma limpeza em larga escala, a fim de fortalecer o poder de Kim Jong-un. As relações entre o Sul e o Norte podem se tornar mais instáveis;, advertiu. Enquanto Tóquio teme a radicalização de Pyongyang, Pequim adota o silêncio: os chineses consideram a execução um ;tema doméstico;. Jang mantinha altos contatos com a China, graças à política encampada por Jang.

A KCNA assegurou que a Corte militar examinou os crimes de Jang, que ;foram provados no decorrer da audiência e admitidos; pelo réu. ;É uma obrigação elementar do ser humano retribuir a confiança com senso de obrigação e benevolência com lealdade. No entanto, a desprezível escória humana Jang, que foi pior do que um cão, praticou atos de traição;, comentou o regime.

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