Agência France-Presse
postado em 14/12/2013 16:32
Bangui - O presidente de transição da República Centro-africana, Michel Djotodia, se disse pronto, neste sábado (14/12), a "estender a mão" às milícias cristãs, em meio a uma forte tensão na capital, Bangui, onde um muçulmano foi morto com facão.
Em entrevista à Radio France Internacional, Djotodia declarou estar preparado para discutir, especialmente, uma anistia e a representação no governo das milícias, chamadas "anti-balaka". Ele assegurou que os milicianos, que se levantaram contra os ex-rebeldes majoritariamente muçulmanos da Seleka, que tomaram o poder, "não são inimigos". "São irmãos", afirmou.
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Em entrevista à Radio France Internacional, Djotodia declarou estar preparado para discutir, especialmente, uma anistia e a representação no governo das milícias, chamadas "anti-balaka". Ele assegurou que os milicianos, que se levantaram contra os ex-rebeldes majoritariamente muçulmanos da Seleka, que tomaram o poder, "não são inimigos". "São irmãos", afirmou.
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Neste sábado, apesar dos apelos da ONU e de autoridades locais pelo fim dos massacres religiosos, um muçulmano que estava em uma motocicleta foi morto a golpes de facão em Bangui por moradores do bairro Combattant, perto do aeroporto, segundo testemunhos obtidos pela AFP.
Instantes depois, as pessoas exibiram as mãos decepadas da vítima, constatou um jornalista da AFP.
Outro homem ficou ferido e conseguiu se refugiar na base francesa próxima.
Em "mensagem de rádio dirigida ao povo" centro-africano à noite, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu "aos líderes religiosos e às autoridades locais, muçulmanas ou cristãs, para trocar mensagens de paz". "O derramamento de sangue deve parar", insistiu.
Os massacres entre cristãos e muçulmanos deixaram "más de 600 mortos" em uma semana na República Centro-africana, e 160.000 deslocados só em Bangui, segundo a ONU.
Desconhece-se o número de vítimas no resto do país. Uma agência da ONU destacou nesta sexta o massacre de 27 muçulmanos em um povoado do oeste do país.
Até a chegada ao poder dos rebeldes Seleka, majoritariamente muçulmanos, em março de 2013, cristãos e muçulmanos viviam sem conflitos neste país de 4,5 milhões de habitantes, dos quais 80% são cristãos.