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Pelo menos 76 pessoas são mortas em bombardeios em Aleppo, na Síria

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e ativistas acusaram as forças aéreas sírias deste ataque, um dos mais mortíferos desde o início da revolta popular síria convertida em guerra civil

Agência France-Presse
postado em 16/12/2013 08:03
Beirute - O lançamento de barris de explosivos contra bairros rebeldes de Aleppo deixou no domingo ao menos 76 mortos, entre eles 28 crianças, segundo o balanço divulgado nesta segunda-feira (16/12) por uma ONG síria. Nesta segunda-feira (16), a ONU advertiu sobre o aumento no número de deslocados pela guerra civil em 2014.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e ativistas acusaram as forças aéreas sírias deste ataque, um dos mais mortíferos desde o início da revolta popular síria convertida em guerra civil, em março de 2011. "A quantidade de mártires mortos (no domingo em Aleppo) nos bombardeios com barris explosivos é 76, entre eles 28 crianças menores de 18 anos e quatro mulheres", declarou o OSDH, que baseia suas informações em uma ampla rede de ativistas e fontes médicas.

A ONG afirma que o regime de Bashar Al-Assad utiliza em sua guerra contra os insurgentes "barris de explosivos": fabricados em metal e com uma camada de cimento em seu interior, estão cheios de TNT e são lançados de helicópteros e aviões militares. Estes barris não contam com um sistema de guia, razão pela qual são menos precisos e com eles "conseguem um máximo de destruição e de mortos", explicou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

[SAIBAMAIS]A ONG afirmou que os ataques atingiram bairros controlados pelos rebeldes, como Haydariyé, Ardh al Hamra ou Sajur, embora não tenha informado se há rebeldes entre as vítimas. Segundo o Centro de Meios de Comunicação de Aleppo (CMA), a intensidade destes ataques contra a cidade, no norte do país e antiga capital econômica, era sem precedentes.



Nas imagens divulgadas na internet pelos ativistas era possível ver grandes danos nos imóveis e escavadeiras retirando escombros para que as pessoas buscassem sobreviventes. Uma fonte das forças de segurança da Síria afirmou à AFP que "foram lançadas bombas sobre Aleppo, mas os terroristas (como os rebeldes são chamados pelo regime) as chamam de ;barris;. Todas as áreas de terroristas serão atacadas (...), vamos destruí-las sem piedade".

Outra fonte declarou que o exército prefere utilizar estes barris porque são mais baratos que os mísseis, importados da Rússia. Aleppo foi fortemente afetada pelos combates entre as tropas leais ao regime e os rebeldes desde o verão de 2012. Os bairros ocidentais são majoritariamente controlados pelo regime de Damasco, e os setores orientais pelos insurgentes.

Toda a Síria sofre com os confrontos e os bombardeios entre o exército e os rebeldes, que deixaram mais de 126 mil mortos em 18 meses. Nas últimas semanas, o exército parece ter tomado vantagem ao assumir o controle de vários bastiões rebeldes nas províncias de Aleppo e Damasco. Neste contexto, a ONU alertou de Genebra que o número de refugiados sírios pode duplicar até o fim de 2013, e alcançar 4,1 milhões de deslocados no Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito, contra os 2,1 milhões de sírios que fugiram até o momento.

Deles, 660 mil serão acolhidos em acampamentos de refugiados, e serão os mais vulneráveis, enquanto 3,44 milhões terão encontrado refúgio na casa de particulares, indicou a ONU. Em janeiro está prevista uma conferência de paz internacional em Genebra para encontrar uma saída para a situação na Síria.

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