Uma fonte militar libanesa, por sua vez, afirmou que uma investigação foi aberta para esclarecer as circunstâncias do ocorrido no domingo. Este soldado israelense foi o primeiro a falecer na fronteira com o Líbano em mais de três anos, mas os comentaristas consideravam improvável que esta morte desencadeie um confronto de maior proporção.
"Após o incidente, fomos ao local dos incidentes para investigar", indicou à AFP o porta-voz militar Arye Shalicar. "Vimos dois suspeitos do outro lado da fronteira", acrescentou. "Disparamos contra eles e comprovamos que ao menos um deles havia sido atingido", ressaltou. "Pensamos que se tratavam de soldados libaneses envolvidos nos disparos contra o soldado" israelense morto no domingo, acrescentou.
Um comunicado militar israelense havia confirmado "oficialmente que um soldado das Forças de Defesa israelenses foi alvo de disparos quando conduzia um veículo perto de Rosh Hanikra", um ponto de passagem próximo da fronteira com o Líbano, e que "mais tarde faleceu como consequência dos ferimentos sofridos".
O exército israelense indicou ter protestado contra esta "escandalosa violação da soberania israelense" ante a FINUL (Força Interina das Nações Unidas mobilizada no sul do Líbano). "Não toleraremos nenhuma agressão contra o Estado de Israel e nos reservamos o direito de empreender ações legítimas e de defesa contra aqueles que atacam Israel e seus civis", declarou o tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz do exército.
Já uma fonte do exército libanês que tem a seu cargo a posição mais próxima ao local onde, segundo Israel, os disparos causaram a morte de seu soldado, afirmou que os militares do Líbano seguiam presentes neste posto. A posição encontra-se a 500 metros da linha de armistício entre os dois países, perto de Ras al-Naqura, no extremo sudoeste do Líbano.
Um colaborador da AFP viu três soldados encarregados da fronteira em seus postos.
"Foi aberta uma investigação para estabelecer as circunstâncias do incidente de domingo", explicou uma fonte militar libanesa.
Interrogado pela AFP, o porta-voz da FINUL, Andrea Tinenti, declarou que a força da ONU havia sido informada sobre "um incidente sério que ocorreu na Linha Azul". "O comandante da FINUL está em contato com as duas partes", disse o porta-voz.
Tinenti disse que o incidente havia ocorrido do lado israelense da Linha Azul, traçada em 2000 pela ONU após a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano, depois de 22 anos de ocupação. Oficialmente, os dois países não têm uma linha fronteiriça, já que tecnicamente estão em guerra.
No dia 7 de agosto, o exército libanês anunciou que soldados israelenses ficaram feridos por explosões durante uma incursão de 400 metros no interior do território libanês. O exército israelense informou sobre quatro soldados feridos, mas sem informar em que lado da linha de separação se encontravam. As explosões foram reivindicadas pelo chefe do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah.