Agência France-Presse
postado em 17/12/2013 17:05
Londres - Um médico britânico, que trabalhava como voluntário em hospitais de campanha na Síria, morreu na prisão depois de mais de um ano detido.O londrino Abbas Khan, um cirurgião ortopedista de 32 anos, tinha sido detido em novembro de 2012 em Aleppo, norte da Síria, para onde tinha ido com o objetivo de ajudar civis feridos. Confirmando oficialmente a morte, o governo britânico acusou o regime sírio de ter "assassinado" Khan.
"Nada pode desculpar o tratamento ao qual ele foi submetido por parte das autoridades sírias, que, de fato, assassinaram um cidadão britânico que estava presente em seu país para ajudar as pessoas feridas durante a guerra civil", declarou à BBC o secretário de Estado britânico de Relações Exteriores, Hugh Robertson.
Segundo seu irmão Afroze, as autoridades sírias tinham prometido libertá-lo esta semana, mas na segunda-feira informaram à mãe do médico a respeito de sua morte. Ela estava na Síria há quatro meses pedindo a libertação de Khan.
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"Meu irmão estava pronto para voltar para casa. Estava feliz e esperava com ansiedade a hora de ser libertado", declarou à BBC Afroze Khan, afirmando que não tinha recebido detalhes sobre as circunstâncias da morte.
"Estamos arrasados e revoltados com o Foreign Office (Ministério das Relações Exteriores britânico), que ignorou o assunto por 13 meses", acrescentou o irmão do médico que era pai de duas crianças.
A Chancelaria britânica disse que tinha solicitado acesso consular ao médico, "seja diretamente ou por intermédio de russos, tchecos e outros", mas que os apelos haviam sido ignorados.
O deputado trabalhista George Galloway confirmou que vinha negociando a libertação do médico "durante meses com o governo sírio, incluindo o presidente" Bashar al-Assad, e que deveria "ir à Síria esta semana para trazê-lo para casa".
De acordo com a BBC, a mãe do médico já tinha visitado ele este ano e tinha ficado preocupada com sua aparência frágil. Pesando pouco mais de 32 quilos, Khan disse ter sido torturado.