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Confrontos deixam 73 pessoas mortas na capital do Sudão do Sul

Tiros e explosões podiam ser ouvidos na manhã desta terça-feira, mesmo com o cessar-fogo

Agência France-Presse
postado em 17/12/2013 18:35
Juba - Cerca de 10 mil habitantes de Juba se refugiaram em instalações da ONU, que teme uma onda de violência étnica na capital sul-sudanesa, onde combates, que já deixaram 73 mortos, eram travados nesta terça-feira (17/12), no dia seguinte a um suposto golpe de Estado frustrado.

Tiros e explosões podiam ser ouvidos na manhã desta terça-feira, mesmo com o cessar-fogo. Confrontos continuavam sendo registrados em vários bairros da cidade, onde a população tentava fugir com medo dos combates, segundo um jornalista da AFP.

Na noite desta terça, três horas depois do início do cessar-fogo (18h00 locais, 12h00 de Brasília), ainda eram ouvidos disparos esporádicos com armas leves, o que parecia desmentir as afirmações do ministro da Informação feitas à AFP. Segundo ele, as autoridades tinham "o controle total" da situação.

Segundo o ministro Michael Makuei, "o número de mortos (...) é de 73, todos soldados". Durante a manhã, o secretário de Estado da Saúde havia mencionado também as mortes de civis nos combates, sem indicar o número. Ainda de acordo com ele, 140 pessoas tinham sido hospitalizadas.

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O governo anunciou nesta terça a prisão de dez personalidades políticas "ligadas ao golpe de Estado frustrado" de domingo, pelo qual o presidente Salva Kiir acusou seu adversário político, o ex-vice-presidente Riek Machar.

Dos dez presos, oito são ex-ministros do governo destituído em julho. Ainda não se sabe o destino de Machar. Segundo a Missão da ONU no Sudão do Sul (Minuss), cerca de 10.000 civis aterrorizados se refugiaram nas duas bases da organização em Juba. E Washington anunciou a retirada de seu pessoal diplomático não essenciais.

Alguns observadores temem que os confrontos se transformem em massacres entre as comunidades Dinka, do presidente Kiir, e Nuer, de Machar.

Os especialistas também manifestaram suas dúvidas em relação à veracidade da tentativa de golpe de Estado denunciada pelo presidente Kiir, vendo nela um possível pretexto para afastar Machar, rival de longa data que já havia manifestado abertamente a sua intenção de se candidatar à Presidência de 2015.

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