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Tribunal egípcio absolve de corrupção ex-premier e filhos de Mubarak

Shafiq fugiu para os Emirados Árabes Unidos pouco depois de ser derrotado pelo islamita Mohamed Mursi, por pequena margem, nas eleições presidenciais de 2012

Agência France-Presse
postado em 19/12/2013 12:05
Ahmed Shafiq em inspeção à guarda de honra, no mês passado
Um tribunal egípcio absolveu das acusações de corrupção Ahmed Shafiq, primeiro-ministro durante o governo de Hosni Mubarak e ex-candidato à presidência, e dois filhos do ex-presidente derrubado por uma revolta popular.

Shafiq fugiu para os Emirados Árabes Unidos pouco depois de ser derrotado pelo islamita Mohamed Mursi, por pequena margem, nas eleições presidenciais de 2012, um ano antes do exército destituir o primeiro presidente eleito de maneira democrática no Egito.

Ele foi julgado à revelia e absolvido da acusação de corrupção pela venda de terrenos aos filhos de Mubarak, Alaa e Gamal, que assim como o pai estão na prisão à espera de julgamento. Shafiq, que fundou um partido político após a fuga, poderia retornar ao Egito para disputara a eleição presidencial que o novo governo prometeu organizar em 2014. "No momento ficará concentrado no partido", afirmou à AFP seu porta-voz, Ahmed Sarhan.



Ahmed Shafiq era acusado de ter favorecido em 1995, quando era alto funcionário da aviação civil, a venda de dois terrenos aos filhos de Mubarak a um preço vantajoso. Os dois filhos de Mubarak, no entanto, continuam acusados, assim como o pais, por outros casos de corrupção.

Mubarak, detido e um hospital militar do Cairo, também é julgador por "incitação ao assassinato" dos manifestantes que, em 2011, após uma onda de protestos nas ruas, derrubaram sua presidência.

[SAIBAMAIS]Mursi foi destituído e detido em 3 de julho pelo exército, que atuou depois dos protestos contra o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito. Desde então, um governo interino comanda o país. Mursi será julgado por "espionagem" e "incitação ao assassinato" de manifestantes quando estava no poder. O novo governo egípcio iniciou em agosto uma brutal repressão contra os manifestantes islamitas que pedem a volta de Mursi.

Mais de mil mortes foram registradas em quatro meses e milhares de integrantes da Irmandade Muçulmana foram detidos, incluindo quase todos os líderes.

O governo militar atualmente no poder no Egito prevê celebrar eleições presidenciais e legislativas em 2014. Segundo os rumores, o general Abdel Fatah al-Sisi, vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e comandante-em-chefe do exército, disputará as eleições, com grandes chances de vitória.

Al-Sisi não confirmou a candidatura, mas se disputar a eleição, analistas acreditam que ex-comandantes militares como Shafiq não entrarão no pleito.

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