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Confrontos entre salafistas e xiitas deixam nove mortos no Iêmen

Na quinta-feira (19/12), sete rebeldes (zaiditas) huthi e dois membros de tribos foram mortos nos confrontos, que continuam de forma intermitente

Agência France-Presse
postado em 20/12/2013 11:28
Sana - Nove pessoas morreram na quinta-feira em confrontos entre salafistas, apoiados por tribos, e zaiditas xiitas no norte do Iêmen, afirmou nesta sexta-feira (20/12) uma fonte tribal à AFP. Segundo Khaled al-Azzani, porta-voz da escola corânica Dar al-Hadith (sunita) os salafistas lamentam "180 mortes, incluindo a de 23 crianças e 4 mulheres, e 510 feridos" desde o início dos combates no final de outubro.

Não foi possível obter informações sobre o número de mortos junto a fontes independentes nesta região inacessível. "Entre os mortos estão estudantes estrangeiros, originários do Magrebe, da Europa, incluindo da França, e da América", afirmou Azzani, sem mais esclarecimentos. "A situação é trágica em Dammaj", acrescentou, acusando os rebeldes zaiditas de bombardearem a cidade com armas pesadas.

Na quinta-feira (19/12), "sete rebeldes (zaiditas) huthi e dois membros de tribos foram mortos nos confrontos, que continuam de forma intermitente", particularmente na região de Kitaf, no norte da província de Saada, reduto da rebelião zaidita, e na província vizinha de Amrane, segundo uma fonte tribal. Azzani confirmou o balanço de mortos. Um líder de rebelião Ansarullah (zaidi), Ali al-Bakhiti, indicou haver "mortos e feridos", sem especificar o número.



Os confrontos iniciaram no final de outubro em Dammaj, enclave controlado por fundamentalistas sunitas na província de Saada, depois de um ataque lançado, de acordo com os sunitas, por rebeldes zaiditas contra uma de suas mesquitas. Os rebeldes zaidi acusam os salafistas de terem transformado o centro de Dammaj em um quartel que abriga milhares de estrangeiros armados, em referência à escola corânica que treina pregadores sunitas.

Ali al-Bakhiti, representante da Ansarullah na conferência de diálogo nacional em Sanaa, considerou se tratar de uma "guerra tribal e não-religiosa, ao contrário do que dizem os salafistas". O zaidismo é um ramo do xiismo, majoritário no norte do Iêmen, enquanto a nível nacional, os sunitas predominam.

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