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Mais de 450 integrantes da Irmandade Muçulmana fazem greve de fome no Egito

Entre os que iniciaram a greve de fome, estão Jairat al Shater, adjunto do Guia Supremo e considerado o autêntico "homem forte" da confraria

Agência France-Presse
postado em 24/12/2013 08:15
Cairo - Mais de 450 membros da Irmandade Muçulmana presos no Egito começaram nessa segunda-feira (23/12) uma greve de fome para denunciar o "tratamento desumano" recebido após sua detenção depois do golpe que derrubou o então presidente Mohamed Morsy, informou o grupo opositor. "Mais de 450 Irmãos Muçulmanos presos políticos e próximos de Morsy iniciaram uma greve de fome para denunciar o tratamento desumano na prisão", anunciou no Twitter a confraria islâmica, duramente reprimida pelo governo atual.

"Muitos presos políticos Irmãos Muçulmanos estão com as visitas familiares proibidas, assim como a assistência jurídica, a assistência médica, e vivem em celas superlotadas e insalubres", completou a nota. Entre os que iniciaram a greve de fome, estão Jairat al Shater, adjunto do Guia Supremo e considerado o autêntico "homem forte" da confraria, e Esam al Arian, número dois do Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político do grupo.

Também declararam greve de fome o ex-parlamentar Mohamed Beltagi, e o ex-ministro da Juventude Usama Yasin, assim como vários conselheiros presidenciais de Morsy, como Esam al Hadad, Ayman Ali e Ahmed Abdelaty. O porta-voz do PLJ, Murad Ali, detido na prisão de Tora, disse que os membros da confraria estão "incomunicáveis" nos presídios, em situação de total isolamento.



"Até quando saímos das nossas celas, duas horas por dia, cada preso está sozinho. Estão nos isolando de tudo", disse Ali, em um comunicado transmitido por um intermediário. Ele contou ainda que as autoridades penitenciárias não permitem que os membros do movimento tenham acesso a jornais, e que livros e rádios são confiscados.

"Os ditadores acreditam que essas duras condições vão fazer que nos retratemos, mas, na realidade, estão garantindo que nosso sonho de que o Egito se torne um Estado livre e democrático esteja cada vez mais perto", completou. Ali revelou ainda que "não tem acesso regular aos advogados", mas que tem contato semanal com membros de sua família.

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