Agência France-Presse
postado em 24/12/2013 13:35
Moscou - O ex-magnata do petróleo russo e opositor ao Kremlin Mikhail Khodorkovsky, indultado inesperadamente pelo presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta terça-feira (24/12) um visto para a Suíça, indicou a chancelaria suíça. "Mikhail Khodorkovsky apresentou um pedido na embaixada da Suíça em Berlim no dia 24 de dezembro", indicou o ministério das Relações Exteriores suíço em um comunicado.O visto que solicitou lhe permitiria viajar pelos 26 países europeus incluídos no espaço Schengen. A embaixada da Suíça está examinando este pedido e está em contato a respeito com Berna, acrescentou a chancelaria, declarando que não fornecerá nenhuma informação sobre este trâmite confidencial até que as autoridades se pronunciem.
Khodorkovsky se reunirá nesta terça-feira (24) em Berlim com sua esposa Inna e com seus três filhos, depois de passar dez anos na prisão na Rússia, indicou um de seus porta-vozes. "A família chega hoje", declarou Olga Pispanen à AFP. "Não se encontravam há dez anos", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Khodorkovsky, que indicou não querer voltar à Rússia como consequência de uma condenação civil de 402 milhões de euros (550 milhões de dólares), já havia afirmado que planejava viajar à Suíça, onde seus filhos gêmeos estudam. A esposa do ex-magnata russo, os gêmeos Ilia e Gleb, que estavam atualmente na Rússia, e sua filha Anastasia, que reside em Moscou, precisaram solucionar questões administrativas sobre seus documentos de viagem antes de poderem viajar à Alemanha.
O multimilionário russo, libertado na sexta-feira por um indulto do presidente russo Vladimir Putin, já se reuniu em Berlim com seu filho mais velho, Pavel, e com seus pais, Marina e Boris. Em uma entrevista concedida na prisão, Khodorkovsky explicou que sua família era seu principal tesouro e, sobre sua esposa, declarou que não podia viver sem ela.
Segundo muitos observadores, Khodorkovsky foi preso por enfrentar Putin, mostrar muita independência e financiar partidos da oposição. No entanto, o ex-magnata rejeitou em várias entrevistas participar da política ou financiar a oposição, embora tenha afirmado se comprometer na defesa dos prisioneiros políticos na Rússia.