Agência France-Presse
postado em 24/12/2013 17:18
Milhares de cristãos - católicos, protestantes, anglicanos ou ortodoxos - morrem a cada ano, perseguidos por sua fé, denunciaram especialistas católicos na véspera do Natal. "Reina o silêncio sobre os cristãos perseguidos", denunciou Andrea Riccardi, fundador do movimento católico Comunidade de San Egidio, em um editorial publicado na segunda-feira no jornal italiano Il Corriere della Sera.Em uma das raras entrevistas concedidas pelo papa Francisco à imprensa italiana, o pontífice argentino lamentou a existência do que chamou de "ecumenismo sangrento". "Em alguns países matam cristãos sem sequer lhes perguntar se são anglicanos, luteranos, ortodoxos ou católicos. Misturam seus sangues", comentou Francisco ao jornal La Stampa.
Para o papa, essa violência deveria gerar uma aproximação entre fiéis de religiões diferentes.
Na Síria, Nigéria e no Paquistão, os cristão foram ameaçados de forma coletiva. Estima-se que dos cerca de 2,3 bilhões de cristãos no mundo, entre 9.000 a 100.000 morrem a cada ano por motivos religiosos. A variação nas cifras se deve à falta de dados oficiais a respeito.
Para o grupo evangelista norte-americano, Open Doors, países como Coreia do Norte, Arábia Saudita, Afeganistão, Iraque, Somália, Maldivas, Mali, Irã, Iêmen e Eritreia figuram na lista negra das nações com mais perseguições.
Os cristãos são muitas vezes "bodes expiatórios", sobretudo, se pertencem a minorias linguísticas e culturais, explica o vaticanista John Allen, autor do livro "A guerra global contra os cristãos".
[SAIBAMAIS]Para os especialistas, entre as maiores causas da perseguição estão o radicalismo religioso, sobretudo, de grupos extremistas islâmicos, que querem expulsar os cristãos de seu território, mas extremistas hindus e budistas também ameaçam os cristãos em suas regiões de influência.
Existe ainda a repressão perpetrada por regimes totalitários, que veem os cristãos como ideologicamente não-alinhados, como é o caso da Coreia do Norte e da Eritreia.