Agência France-Presse
postado em 24/12/2013 17:26
Quatro cadeias de venda de roupas e organizações de defesa dos trabalhadores concordaram com a criação de um fundo destinado às vítimas da catástrofe do complexo de Rana Plaza que deixou 1.135 mortos em abril em Bangladesh, informaram as partes nesta terça-feira (24/12).As cadeias El Corte Inglés (Espanha), Primark (Irlanda), Loblaw (Canadá) e Bonmarché (Reino Unido) prometeram contribuir com este fundo, criado para indenizar as vítimas da pior catástrofe industrial do país. "Serão necessários cerca de 40 milhões de dólares para indenizar os feridos e os familiares das pessoas falecidas no desabamento de uma fábrica têxtil em abril", disse Lejo Sibbel, responsável da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que participou do fechamento do acordo no mês passado.
As marcas internacionais e as distribuidoras financiam de forma voluntária esses fundos, que estão abertos a outros doadores internacionais, informou Sibbel.
O acordo foi alcançado depois que as negociações entre distribuidoras têxteis e grupos de defesa dos trabalhadores sobre a indenização das vítimas fracassaram em setembro, em Genebra.
Mais de 100 distribuidoras europeias e americanas prometeram melhorar a segurança nas fábricas têxteis, mas as promessas de indenização tardaram em se concretizar.
Algumas famílias receberam indenizações provisórias da Primark e do governo de Bangladesh.
[SAIBAMAIS]No momento, é desconhecido o aporte de cada uma das redes de distribuição. "As cinco fábricas de Rana Plaza confeccionavam vestimentas de pelo menos 29 marcas", informou o secretário geral da organização de defesa dos trabalhadores IndustriALL em Bangladesh, Roy Ramesh, que espera que todas elas "contribuam com este fundo".
A Associação de Fabricantes e Exportadores de Roupa de Bangladesh e a Federação de Patronos de Bangladesh assinaram o acordo.
O desmoronamento, em abril, do complexo Rana Plaza, que abrigava várias fábricas, causou a morte de 1.135 pessoas e enfatizou as precárias condições salariais e de trabalho dos funcionários do setor têxtil em Bangladesh.