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Governo e rebeldes travam combates na zona petroleira do Sudão do Sul

O preço do petróleo subiu no mercado asiático nesta quinta-feira, em particular diante dos "temores de interrupção do fornecimento do Sudão do Sul", explicou Sanjeev Gupta, diretor da divisão de petróleo e gás

Juba - Intensos combates entre forças governamentais e rebeldes foram registrados nesta quinta-feira no Sudão do Sul, rico em petróleo, onde chegaram dirigentes do Quênia e Etiópia para mediar o conflito que já provocou milhares de mortos.

O porta-voz do exército regular Philip Aguer afirmou que as tropas leais ao presidente Salva Kiir continuam lutando contra forças aliadas com o ex-vice-presidente Riek Machar dentro da cidade de Malakal, capital do estado de Alto Nilo, que produz grande parte do petróleo do Sudão do Sul, um país rico em petróleo - mas, com uma população muito pobre - que vive em permanente instabilidade desde sua independência do Sudão em 2011.

Além disso, acrescentou o porta-voz militar, as tropas regulares preparam uma ofensiva contra Bentiu, a principal cidade do também rico em petróleo estado de Unidade, após a reconquista de Bor, outra capital de um estado que esteve nas mãos dos rebeldes durante duas semanas.

"Há combates em Malakal. Nossas forças estão na parte norte da cidade e os rebeldes na parte sul. Os tiraremos daí", disse Aguer à AFP.

O preço do petróleo subiu no mercado asiático nesta quinta-feira, em particular diante dos "temores de interrupção do fornecimento do Sudão do Sul", explicou Sanjeev Gupta, diretor da divisão de petróleo e gás para Ásia-Pacífico da consultora EY.

[SAIBAMAIS]

Neste contexto, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, e o primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, chegaram ao Sudão do Sul nesta quinta-feira para se reunir com Kiir, constatou a AFP.

Os enfrentamentos, que deixaram milhares de pessoas mortas nas últimas semanas, segundo a ONU, começaram dia 15 de dezembro, depois que Kiir acusou Machar de tentativa de golpe de Estado. Machar negou e acusou o presidente de querer eliminar seus rivais.

A reconquista de Bor, que os rebeldes tomaram aparentemente sem maior resistência, pôs fim a uma semana de assédio. Cerca de 17.000 civis fugiram para os já sobrecarregados acampamentos administrados pela ONU.

Sobre os mortos, o chefe da missão humanitária da ONU no Sudão do Sul estimou que eram milhares. "Não tenho nenhuma dúvida de que são milhares", afirmou o chefe da missão humanitária da ONU no país, Toby Lanzer, aos jornalistas.

A Alta Comissária da ONU encarregada dos Direitos Humanos, Navi Pillay, anunciou na terça-feira a descoberta de uma vala comum em Bentiu, capital do Estado petroleiro de Unidade (norte) e também sob controle rebelde.

"Descobrimos uma vala comum em Bentiu, e haveria outras duas em Juba", a capital, informou Pillay em um comunicado publicado em Genebra.

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O Alto Comissariado afirmou, em Genebra, que foram encontrados 15 corpos na vala comum e mais 20 próximos a um rio, em um lugar pouco distante da vala comum.

A missão da ONU em Juba se mostrou mais cautelosa que Pillay: embora tenha confirmado que havia cerca de 15 mortos, informou que "tais atrocidades ainda estão sendo investigadas".