postado em 28/12/2013 07:40
Qualquer distância que exija um veículo para ser percorrida se transforma facilmente em pesadelo para quase metade da população da Arábia Saudita. O reino de 27 milhões de pessoas é o único lugar no mundo onde mulheres não têm o direito de assumir o volante. Sem opções de transporte público, elas ficam quase totalmente dependentes de pais, maridos, filhos ou motoristas particulares. A luta pelo pleno direito de ir e vir, como defendem as ativistas, já completou 20 anos e, apesar de recentes conquistas sociais, a autorização para dirigir ainda não chegou.
Desde o início da década de 1990, dezenas de mulheres desafiam a proibição e promovem protestos conduzindo carros. Recentemente, com o apoio das redes sociais, as manifestações ganharam um novo campo de atuação. Protestos cada vez mais espontâneos são registrados e expostos em vídeo no YouTube e em comunidades do Facebook, nas quais a campanha pelo direito feminino à direção conquista apoio dentro e fora do país.
Amanhã, a expectativa das ativistas é de que muitas mulheres saiam motorizadas pelas ruas do reino. Será a segunda manifestação organizada no país em 2013, a quarta em 23 anos. A fotógrafa e psicóloga Madeha Al-Ajroush, 60 anos, é veterana na luta pelos direitos femininos e participou da primeira campanha pela autorização para dirigir, em 1991. Na ocasião, influenciadas pelas imagens de mulheres americanas conduzindo tanques e jipes na Guerra do Golfo, 47 sauditas decidiram expor a voz e exigir a atenção da sociedade. ;Depois de enviar dezenas de pedidos às autoridades e de tentar convencer o rei a nos encontrar, decidimos nos manifestar e dirigir em lugares onde ficássemos muito visíveis, porque dessa forma não poderiam nos parar;, conta Madeha.
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