[SAIBAMAIS]Entre as vítimas também figuram uma mulher, um adolescente e um jornalista-cidadão, informou o OSDH. "O balanço pode aumentar, já que há dezenas de feridos", indicou o Observatório, que se baseia em uma ampla rede de fontes civis, médicas e militares na Síria.
"Os bombardeios foram dirigidos contra um mercado lotado onde as pessoas compravam legumes e eletrodomésticos, o que explica o elevado número de mortos", indicou a Comissão Geral da Revolução Síria, uma rede de militantes. "Há muitos prédios destruídos, um deles desabou", acrescentou a fonte.
Os militantes divulgaram um vídeo, que não pôde ter sua autenticidade confirmada, no qual eram vistos carros incendiados e cenas de destruição em um mercado construído com painéis de metal. "Retiramos corpos de crianças, estavam ali com duas mulheres e um homem", declarou uma testemunha, apontando para a carroceria de um carro.
Segundo o OSDH e militantes, há duas semanas o regime de Bashar al-Assad realiza uma campanha de bombardeios aéreos que deixou mais de 400 mortos nos bairros rebeldes de Aleppo. Os países ocidentais e as organizações internacionais condenaram esta ofensiva que, segundo o OSDH, foi realizada com barris de explosivos.
O regime explicou que tem como alvo terroristas ocultos entre civis e, embora não tenha reconhecido oficialmente a utilização destes barris, uma fonte de segurança explicou à AFP que esta técnica é mais barata que os mísseis. O presidente Bashar al-Assad enviou neste sábado uma mensagem ao Papa Francisco através de uma delegação recebida em Roma pelo número dois da Santa Sé, Monsenhor Pietro Parolin.
"Nesta manhã, o secretário de Estado da Santa Sé, Monsenhor Pietro Parolin, e o secretário de Relações com os Estados, Monsenhor Dominique Mamberti, receberam uma delegação do governo sírio", admitiu o Vaticano em um comunicado. "A delegação entregou uma mensagem do presidente Assad para a Santa Sé que reflete a posição do governo sírio", indicou o comunicado.
Perguntado pela AFP sobre o conteúdo desta mensagem, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, respondeu que não serão fornecidos mais detalhes. Segundo a agência oficial síria Sana, Assad agradeceu o Papa por sua posição sobre uma Síria "confrontada a uma agressão", e afirmou que qualquer solução para o conflito deve passar por "um diálogo nacional entre os sírios, sem interferências estrangeiras, já que o povo sírio é o único dono do seu destino".
Bachar al-Assad manifestou ainda sua disposição de participar da conferência de paz sobre a Síria prevista para 22 de janeiro, na Suíça. O presidente sírio insistiu em sua determinação de "exercer o direito do governo de defender todos os cidadãos - independentemente de sua crença - contra os crimes cometidos pelos bandos takfiries (extremistas sunitas), que atacam casas, locais de culto e bairros".
A mensagem ao Papa denuncia finalmente "o apoio militar, logístico e material fornecido pelos países vizinhos aos terroristas", revela a agência Sana.