Agência France-Presse
postado em 30/12/2013 13:33
Karachi - Pela primeira vez na história do Paquistão, uma mulher foi nomeada nesta segunda-feira (30/12) magistrada em um tribunal federal islâmico, uma instituição cujo papel é velar para que todas as leis deste país muçulmano com mais de 180 milhões de pessoas sejam de acordo com a sharia.Ashraf Jehan, de 56 anos, juiz da Alta Corte da província de Sind (Sul), prestou juramento nesta segunda-feira (30) ante a corte federal para a sharia, um tribunal criado em 1980 pelo ditador Zia ul-Haq, com o objetivo de islamizar as instituições do Paquistão, segundo país muçulmano mais povoado depois da Indonésia.
"Hoje foi um juramento histórico, já que uma juíza se uniu às fileiras da corte islâmica", declarou à AFP Agha Rafiq Ahmed, o presidente dos tribunais islâmicos federais do país. "Nada na Constituição proíbe que uma mulher esteja à frente de um tribunal islâmico e não fazemos qualquer discriminação entre homens e mulheres", declarou o dirigente.
"Tomei esta iniciativa pensando que assim será enviada uma mensagem ao resto do mundo de que somos pessoas inteligentes e também para dissipar falsas ideias sobre o Paquistão e a religião muçulmana", acrescentou.