Agência France-Presse
postado em 30/12/2013 13:53
Cairo - A Justiça egípcia condenou nesta segunda-feira (30/12) a dois anos de prisão 139 partidários do presidente islâmico Mohamed Morsy, destituído pelo exército, segundo a agência oficial Mena. Os islamitas, que podem recorrer da decisão, são acusados de envolvimento nos episódios de violência à margem de manifestações em 15 de julho no Cairo.Além da pena de prisão, o tribunal determinou que cada um deverá pagar 5 mil libras egípcias (520 euros) de fiança para recorrer em liberdade. Desde que os militares destituíram e prenderam em 3 de julho Morsy, seus partidários manifestam diariamente para exigir o retorno ao poder do primeiro presidente democraticamente eleito do país.
Os protestos têm sido violentamente reprimidos. Esta implacável repressão pelo regime causou a morte de mais de mil pessoas, em sua maioria islamitas, e a prisão de milhares, incluindo a quase totalidade dos líderes da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Morsy.
Desde a revolta de 2011, que derrubou o presidente Hosni Mubarak, a confraria venceu todas as eleições realizadas no Egito. Mas a novas autoridades do país, dirigido de fato pelo exército, declarou a Irmandade como uma "organização terrorista", após um atentado contra a polícia que matou 15 pessoas reivindicado por jihadistas sem ligação com a confraria.
Desde então, centenas de milhares de membros da Irmandade Muçulmana correm o risco de serem condenados a até cinco anos de prisão caso participem de protestos ou sejam flagrados em posse de escritos ou registros da confraria. Além disso, seus líderes podem ser condenado à prisão perpétua.