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Mauritânia nomeia sua primeira juíza entre novos magistrados do judiciário

A presença das mulheres no Judiciário é motivo de polêmica no país islâmico

Agência France-Presse
postado em 31/12/2013 15:16
Pela primeira vez uma mulher foi nomeada juíza na Mauritânia, um país islâmico onde a presença das mulheres no Judiciário é motivo de polêmica, informou nesta terça-feira (31/12) uma fonte judiciária local.

O Conselho Superior da Magistratura, presidido por Mohamed Uld Abdel Aziz, responsável pela gestão do Poder Judiciário, nomeou na segunda-feira Umama Mint Cheikh Sidya entre os oito novos juízes, de acordo com a fonte.

Este é um acontecimento sem precedentes no sistema judicial do país africano. A nova juíza espera agora ser efetivada em um tribunal especial.

Advogada no Fórum de Nouakchott, Mint Cheikh Sidya pertence a uma família morabita e foi professora de inglês em uma escola secundária na capital da Mauritânia.



"Nenhum texto religioso ou do Corão, nem os ditos do Profeta (Maomé) do Islã proíbem que uma mulher dite a justiça, dirija um tribunal ou pronuncie julgamentos", declarou Mohamed Uld, um intelectual da Mauritânia questionado pela AFP.

"Há fortes divergências a este respeito entre os ulemás do mundo islâmico", mas "os argumentos de uns e outros sobre o lugar que as mulheres devem ocupar no judiciário, em qualquer caso, não se apoiam nessas duas fontes principais de sharia (lei islâmica)", acrescentou.

A sharia está instituída na Mauritânia, mas algumas disposições, incluindo açoites e pena de morte, não são aplicadas desde os anos oitenta.

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