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Prazo para retirar armas químicas da Síria expira nesta terça

A ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OIAC), encarregadas de destruir o arsenal, já haviam anunciado no sábado que o prazo de 31 de dezembro não poderia ser respeitado

Agência France-Presse
postado em 31/12/2013 17:30
A data-limite para retirar as armas químicas mais perigosas da Síria expira nesta terça-feira (31/12), um processo dificultado em consequência da guerra, que deixou mais de 130 mil mortos em quase três anos.

Dois barcos militares, uma fragata norueguesa e u navio dinamarquês, que devem escoltar o arsenal químico sírio até a Itália para ser destruído no mar, foram chamados na segunda-feira do Chipre por causa do atraso no processo de retirada, segundo um porta-voz militar nórdico.

A ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OIAC), encarregadas de destruir o arsenal, já haviam anunciado no sábado que o prazo de 31 de dezembro não poderia ser respeitado.

As duas organizações mencionaram problemas de segurança devido ao conflito, problemas logísticos e mau tempo, que complicaram o transporte das armas por aprte do regime até o porto de Latakia.

O plano para a destruição deste arsenal foi resultado de um acordo entre a Rússia e os Estados Unidos para evitar ataques contra a Síria por parte de Washington em consequência do uso de armas químicas pelo regime Assad perto de Damasco em agosto passado.

Este plano, aprovado pela ONU, prevê a destruição total destas armas até 30 de junho de 2014.



O primeiro-ministro sírio, Wael al Halaqi, afirmou que seu governo respeitará seus compromissos, e acrescentou que o material está sendo recolhido.

Em relação ao campo diplomático, o governo de Damasco assinalou que os convites para a conferência de paz prevista para janeiro em Genebra não foram enviados por culpa da oposição, que ainda não formou uma delegação.

Mais de 130.000 mortos no conflito

Mais 130.000 pessoas morreram desde o início do conflito na Síria há quase três anos, informou nesta terça-feira a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONG, 130.433 pessoas perderam a vida desde o início do conflito em março de 2011, entre elas, 46.266 civis.

Entre os mortos, figuram mais de 7.000 crianças e mais de 4.600 mulheres, segundo a ONG.

A ONG assinalou ainda que 52.290 combatentes partidários do presidente Bashar al Assad perderam a vida, assim como 32.000 soldados regulares e 262 reforços do movimento xiita libanês Hezbollah.

Do lado rebelde, a organização fala de 29.083 mortos, entre eles 6.913 combatentes de grupos jihadistas como o Estado Islâmico do Iraque e Levante.

O OSDH informou sobre a morte de outras 2.794 pessoas sem identificar.

O conflito na Síria começou em março de 2011, depois de manifestações pacíficas que resultaram em uma sangrenta guerra civil.

Nesta terça, ao menos 10 civis morreram na explosão de um obus disparado pelo exército sírio que atingiu um ônibus em Aleppo, no 17; dia de uma ofensiva contra os redutos rebeldes desta cidade do norte da Síria.

No domingo, o OSDH anunciou que desde 15 de dezembro pelo menos 517 pessoas, entre elas 151 menores de idade, em ataques aéreos do exército nas zonas rebeldes de Aleppo e sua província.

Os bombardeios aéreos da ex-capital econômica síria foram condenados por vários países e organizações humanitárias internacionais. O regime afirma que ataca os "terroristas" que se misturam com a população civil.

Aleppo, uma das principais frentes do conflito que afeta o país em mais de dois anos e meio, está dividido desde o verão de 2012 entre os setores rebeldes e as zonas controladas pelo regime.

Segundo o OSDH, o regime tenta avançar nos bairros rebeldes, situados em sua maioria no leste de Aleppo, utilizando as mesmas táticas que utilizou para recuperar o controle de outras cidades.

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