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Ex-presidente paquistanês é levado para hospital com problemas cardíacos

O político deveria comparecer a um tribunal especial para ser julgado por "alta traição"

Agência France-Presse
postado em 02/01/2014 08:19
Apoiadores paquistaneses fazem orações para o ex-governante militar do país do lado de fora do Instituto de Cardiologia, em Rawalpindi
Islamabad - O ex-presidente paquistanês Pervez Musharraf foi levado em caráter de urgência nesta quinta-feira (2/1) a um hospital militar por "problemas cardíacos", em uma nova guinada na saga político-judicial do general da reserva perseguido pela justicça por traição. Musharraf seguia para um tribunal especial instaurado em novembro pelo governo para julgá-lo por "alta traição", mas sentiu um mal-estar e imediatamente foi levado para o instituto de cardiologia das Forças Armadas.

[SAIBAMAIS]"Teve um problema cardíaco", declarou ao tribunal Jan Mohamad, chefe de polícia, para explicar a ausência do ex-presidente, que governou o país de 1999, quando organizou um golpe de Estado, até 2008. O exército protegia o hospital de Rawalpindi, uma cidade próxima da capital Islamabad.



O porta-voz do ex-presidente confirmou que Musharraf estava no instituto de cardiologia, consciente, e passava por exames. Segundo uma fonte médica que pediu anonimato, Musharraf não sofreu uma crise cardíaca, mas está em observação depois do mal-estar. Ele está acompanhado pela esposa e a filha estava a caminho.

O tribunal especial adiou a sessão. Parentes do ex-general, que está em uma lista de pessoas que não podem abandonar o país, afirmaram que ele deveria ser levado ao exterior. O primeiro-ministro Nawaz Sharif, derrubado em 1999 por Musharraf e que retornou ao poder depois da vitória eleitoral em maio, criou o tribunal especial em novembro para julgar o rival por "alta traição", crime que pode ser punido com a pena de morte no Paquistão.

Musharraf, ex-aliado dos Estados Unidos na "guerra contra o terrorismo", pela qual segue ameaçado pelos grupos islamitas armados, deveria ter comparecido em 24 de dezembro e 1 de janeiro ao tribunal, mas permaneceu em casa alegando ameaças. Os advogados do ex-presidente afirmaram que também foram ameaçados e que sofreram uma intimidação do governo.

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