postado em 03/01/2014 15:50
Genebra ; O conflito na República Centro-Africana já provocou cerca de 1 milhão de deslocados, metade dos quais na capital Bangui, estimou nesta sexta-feira (3/1) a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a ;dramática; situação humanitária no país.
Segundo o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Babar Baloch, ;o número de pessoas deslocadas dentro do país já ultrapassou 935 mil;, como resultado do conflito que matou mais de mil pessoas apenas no mês passado. ;Cerca de 60% dos deslocados são crianças;, disse o porta-voz do Acnur.
Baloch ressaltou que o clima de insegurança vindo dos ataques contra civis e os saques na República Centro-Africana tornam cada vez mais difícil o trabalho de ajuda humanitária, especialmente os de necessidades urgentes. Em Bangui, os combates entre o grupo Séléka, com origem na minoria muçulmana e as milícias de autodefesa cristãs denominadas Anti-balaka provocaram mais de 500 mortos desde o dia 5 de dezembro.
Com 4,5 milhões de habitantes, a República Centro-Africana, um país pobre mas rico em recursos, mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março passado organizado pela coligação rebelde Séléka que afastou do poder o presidente François Bozizé.
[SAIBAMAIS]A onda de violência na capital começou quando as milícias Anti-balaka, partidárias de Bozizé, lançaram uma ofensiva com artilharia pesada. O exército respondeu aos ataques com o apoio ao grupo Séléka, derrubando Bozizé e declarando o líder do movimento, Michel Djotodia, como o novo presidente do país.
Um total de 1.600 soldados franceses e cerca de 4 mil soldados de paz africanos tentam restabelecer a ordem e restaurar a segurança na antiga colônia francesa. Desde março passado, 75 mil cidadãos da República Centro-Africana fugiram para a República Democrática do Congo, República do Congo, Chade e Camarões, onde se estima que o número de refugiados seja de 240 mil.