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Secretário americano tenta diminuir divergências entre Israel e palestinos

Kerry se reuniu durante três horas com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, após um encontro de cinco horas na quinta-feira.



Os palestinos rejeitam a ideia de um acordo "parcial" com Israel, e as negociações não progridem em razão de profundas divergências. Israelenses e palestinos se acusam de sabotarem as tentativas de chegarem à paz.

Netanyahu criticou Abbas de ter recebido como "heróis" os prisioneiros palestinos libertados na semana passada pelo governo de Israel.

Vários problemas, sobretudo a extensão das colônias de Jerusalém leste anexada e na Cisjordânia ocupada e o estatuto do vale do Jordão, pesam sobre as conversas de John Kerry.

Abbas ameaçou recorrer a instâncias internacionais contra "o câncer da colonização" e renovou sua recusa de "qualquer presença militar israelense nos territórios que pertencem ao Estado independente da Palestina", em alusão ao vale do Jordão, nas fronteiras da Cisjordânia e da Jordânia.

Problemas no Jordão


Segundo o jornal israelense Maariv, Kerry propôs em dezembro, durante sua última visita ao estado hebreu, "uma presença militar israelense limitada nos pontos de passagem sobre o Jordão por um número limitado de anos".

[SAIBAMAIS]Uma comissão ministerial israelense acaba de adotar um projeto de lei - apresentado pela ultra-direita nacionalista - que prevê a anexação do vale do Jordão mesmo em caso de um acordo de paz.

A visita do chefe da diplomacia norte-americana acontece no momento em que a violência aumenta na Cisjordânia e em Gaza. Um palestino morreu na noite da última quarta-feira ao inalar gases lacrimogêneos jogados pelo exército israelense para dispersar um motim.

A viagem de Kerry coincide também com o agravamento no estado de saúde do ex-premier israelense Ariel Sharon que, após oito anos em coma, encontra-se em estado crítico.