Uma câmera fixada no capacete que Michael Schumacher usava no momento de seu acidente de esqui foi apreendida pelos investigadores franceses que se ocupam do caso, informou nesta sexta-feira à AFP uma fonte ligada a eles.
O filho dos sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, que se encontra em coma desde domingo em um hospital de Grenoble, e um de seus amigos, que esquiavam junto ao piloto no momento do acidente, foram interrogados pelos investigadores, segundo a mesma fonte.
A porta-voz do piloto e uma fonte ligada à investigação informaram que esse capacete havia se partido em dois por causa do acidente, mas até agora se ignorava a existência de uma câmera. A data da apreensão não foi informada.
[SAIBAMAIS]A câmera deve ajudar a esclarecer as circunstâncias do acidente, que ocorreu no último domingo em Méribel, nos Alpes Franceses. O piloto está internado em coma num hospital da cidade de Grenoble.
A existência da câmera foi revelada pelo jornal local Dauphiné Libéré. A data da entrega aos investigadores não foi divulgada.
Segundo as autoridades, o capacete de Schumacher se partiu em dois por causa do impacto de sua cabeça contra uma pedra. No momento do acidente, ele corria numa área fora da pista e estava em alta velocidade.
Esta versão é contestada por Sabine Kehm, porta-voz do piloto. Questionada pela AFP sobre as novas informações, Kehm disse apenas que não faria comentários.
Nenhuma nova informação sobre o estado de saúde de Schumacher foi divulgada nesta sexta-feira. Até o momento, a situação é "estável", mas sempre "crítica".
Nesta sexta-feira, dezenas de fãs da escuderia italiana Ferrari foram ao Centro Hospitalar Universitário, em Grenoble, mostrar apoio ao ídolo.
"Schumi fez muito por nós. A única coisa que nós poderíamos fazer neste momento era vir aqui e dar apoio a ele a sua família no dia de seu aniversário", disse á AFP Stefano Pini, 47 anos.
Menos fãs do que jornalistas
A Ferrari anunciou na quinta-feira que colocaria à disposição dos fãs italianos "cerca de 20 ônibus" para transportá-los até Grenoble. Dois chegaram à cidade francesa nesta sexta-feira, trazendo cerca de 100 pessoas, um número inferior ao de jornalistas que cobrem o caso.
"Ele é um dos meus maiores ídolos, sempre acompanhei seus passos. Espero que ele saia dessa", disse Gabriel Klos, 36 anos, que foi à França acompanhado do filho Logan, 12 anos.
A manifestação de apoio ficou caótica em alguns momentos do dia, especialmente quando fãs e jornalistas se espremiam numa das entradas do hospital, impedindo a passagem de médicos e pacientes.
Entre os 130 fã-clubes da Ferrari espalhados pela Europa, a manifestação de apoio não foi unanimidade.
O presidente do clube Ferrari Roma-Colosseo, Roberto Luongo, se recusou a comparecer ao local "em consideração a um homem que está sofrendo". "É delicado, e se eu fosse da família de Schumacher, estaria decepcionado com tal iniciativa".
O ex-piloto de F1 Philippe Streiff, tetraplégico após um acidente durante um treino no Rio de Janeiro, também foi ao hospital falar com a esposa de Michael Schumacher.
"Espero que ele consiga se comunicar, que ele não fique com sequelas como eu fiquei", disse Streiff aos repórteres.