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Pelo menos 50 rebeldes morrem em ataques no norte da Síria

Há relatos de execuções sumárias e atentados com carro bomba

Agência France-Presse
postado em 05/01/2014 20:03
Beirute - Pelo menos 50 rebeldes morreram nas últimas 24 horas em ataques cometidos por jihadistas no norte da Síria, onde os antigos aliados se enfrentam, informou uma ONG neste domingo.

Os combates prosseguem desde sexta-feira entre os rebeldes e os combatentes do Estado Islâmico do Iraque e o Levante (EIIL), um grupo vinculado à Al-Qaeda que até há pouco era aliado na guerra contra o regime de Bashar Al-Assad.

Os confrontos começaram quando brigadas rebeldes, entre as quais havia muitos islamitas, atacaram nas províncias de Aleppo (norte) e Idleb (nordeste) postos de controle do EIIL, que é acusado de vários abusos e de querer tomar o controle total das zonas rebeldes.

Entre os 50 rebeldes mortos, alguns perderam a vida em combate, outros em execuções sumárias ou em atentados com carro bomba, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Pelo menos nove combatentes do EIIL morreram neste domingo, acrescentou o Observatório que baseia suas informações em uma ampla rede de médicos e militantes.

A brigada rebelde Liwa al-Tawhid, uma das principais integrantes da coalizão Frente Islâmica, escreveu em sua página do Facebook que este ataque alcançou alguns de seus integrantes, mas não fez nenhum balanço.

"O que está acontecendo agora é uma limpeza nas fileiras da revolução", afirmou à AFP um membro que pediu anonimato da Frente Islâmica, a aliança de rebeldes islamitas mais importante, criada em novembro.

A Frente Islâmica informou que está "agradecida aos estrangeiros" que ajudam em seu combate, mas que não "aceitará nenhum grupo que pretenda ser um Estado" em um comunicado publicado neste domingo no qual faz alusão ao EIIL.

A Frente Islâmica é uma das três coalizões que combaten o EIIL junto ao Exército dos Mujahedins (islamitas) e da Frente dos Revolucionários da Síria.

O EIIL advertiu no sábado na internet que, se os rebeldes mantiverem sua pressão, o grupo se retirará da frente na cidade e na província de Aleppo para deixar o caminho livre para o regime.

O grupo jihadista indicou em outro comunicado este domingo que considera que foi "apunhalado pelas costas".

Esta ascensão em terra dos grupos extremistas islamitas debilita a Coalizão Nacional de oposição, reunida desde meio-dia deste domingo em Istambul para escolher seu próximo presidente e tomar uma decisão sobre sua participação ou não na conferência de paz sobre a Síria que será realizada dia 22 de janeiro na Suíça.

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