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Egito convoca diplomata do Irã após declarações sobre repressão a islamitas

O diplomata iraniano foi encarregado de transmitir a Teerã "uma mensagem firme" das autoridades egípcias, indicou à AFP o porta-voz do ministério, Badr Abdelatty

Agência France-Presse
postado em 06/01/2014 19:42
O Egito convocou nesta segunda-feira (6/1) o representante dos interesses iranianos no Cairo para denunciar a posição de Teerã nos recentes confrontos entre a polícia e manifestantes islamitas, indicou o Ministério das Relações Exteriores.

O diplomata iraniano foi encarregado de transmitir a Teerã "uma mensagem firme" das autoridades egípcias, indicou à AFP o porta-voz do ministério, Badr Abdelatty.

A imprensa iraniana indicou que o Ministério das Relações Exteriores em Teerã havia manifestado sua "preocupação" depois da morte de 17 pessoas na sexta-feira durante confrontos durante manifestações exigindo o retorno ao poder do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto pelo Exército no início de julho.

Depois da intervenção militar, a repressão das autoridades deixou mais de mil mortos e milhares de prisões entre os islamitas.

Cairo e Teerã romperam relações diplomáticas depois da Revolução Islâmica de 1979 no Irã e da assinatura do tratado de paz entre israelenses e egípcios, no mesmo ano. Os dois países também reduziram seu nível de representação ao mínimo nas duas capitais.



Mursi chegou a aumentar os contatos com o Irã durante o primeiro ano de sua presidência. Depois, as autoridades que derrubaram o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito voltaram a esfriar as relações com Teerã.

O chefe de Estado islamita destituído está sendo julgado pela justiça egípcia por "espionagem" para organizações estrangeiras e "divulgação de segredos de defesa", principalmente para os Guardiões da Revolução, a força de elite iraniana.

No sábado, o Ministério egípcio das Relações Exteriores convocou o embaixador do Catar para protestar contra as críticas de Doha à repressão contra a Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi apoiado pela rica monarquia do Golfo Pérsico e declarada "terrorista" pelas autoridades egípcias.

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