Agência France-Presse
postado em 07/01/2014 07:50
Tóquio - A conferência de paz Genebra 2 deverá se esforçar para que o presidente sírio, Bashar al-Assad, deixe o poder por sua responsabilidade na morte de dezenas de milhares de pessoas, disse o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, nesta terça-feira em Tóquio."Em Genebra 2 devemos garantir que todas as medidas adotadas não fracassem e que possamos, assim, iniciar uma era sem Bashar al-Assad", declarou Erdogan, que se encontra no primeiro dia de uma visita oficial ao Japão. "Cento e trinta mil pessoas morreram (na Síria). O que permitiu que isto ocorra não pode seguir na liderança do país, não podemos aceitar isso", acrescentou o primeiro-ministro em uma conferência organizada pelo jornal econômico Nikkei.
A conferência de Genebra 2 começará em Montreux (Suíça) no dia 22 de janeiro sob a presidência do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e com a presença de vinte países; e continuará a partir de 24 de janeiro com a reunião das delegações sírias sob os auspícios do mediador internacional Lakhdar Brahimi.
Ban Ki-moon enviou na segunda-feira os primeiros convites. O Irã não aparece nesta primeira lista de convidados, que, segundo a ONU, foi definida no dia 20 de dezembro durante uma reunião em Genebra entre Brahimi e as autoridades russas e americanas.
[SAIBAMAIS]No total, a lista inclui 26 países, entre eles as principais potências internacionais e regionais, como Arábia Saudita, que apoia a oposição síria. Também é esperada a presença do ministro japonês das Relações Exteriores, Fumio Kishida, que viajou ao Irã em novembro, país com o qual o Japão mantém boas relações.
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo da oposição, voltou a dizer na sexta-feira que não participará da conferência de 22 de janeiro. Já a Coalizão Nacional Síria, que no domingo reelegeu Ahmed Jarba na liderança do grupo, ainda deve decidir se participará.
Durante o primeiro dia de sua visita ao Japão, Erdogan não se referiu em nenhum momento à situação política na Turquia, atingida por um escândalo político-financeiro.