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Policia do Afeganistão busca irmão de suposta menina-bomba

Algumas autoridades asseguram que a garota vestia o casaco quando foi presa, enquanto outras dizem que a vestimenta não foi encontrada

Agência France-Presse
postado em 07/01/2014 15:30
A polícia afegã procura nesta terça-feira (7/1) o irmão de uma menina de dez anos, que teria sido supostamente obrigada a vestir um casaco com explosivos para efetuar um ataque suicida na instável província de Helmand, no sul do país.

Entrevistada na segunda-feira (6/1) por jornalistas, a menina contou que seu irmão, um líder talibã local segundo as autoridades afegãs, ordenou que vestisse um casaco (com explosivos) e o acionasse em um posto policial.

"Ele me disse para vestir o casaco (com explosivos) preto, que eu fosse para o posto de controle e apertasse o botão. Disse que não aconteceria nada comigo. Ele me acompanhou até o posto da polícia", disse a menina.

A criança afirma que decidiu se livrar do casaco perto de um rio. Mas, de acordo com fontes locais, a peça não foi encontrada. "Nós formamos um grupo para investigar esse caso", indicou nesta terça-feira o porta-voz do governo da província, Omar Zwak.



Os investigadores "tentarão entrar em contato com o irmão e o pai da criança", acrescentou.

A polícia tenta confirmar as declarações da criança, já que há versões conflitantes do caso. Algumas autoridades asseguram que a garota vestia o casaco quando foi presa, enquanto outras dizem que a vestimenta não foi encontrada.

[SAIBAMAIS]De acordo com o canal de notícias Tolo TV, a menina não conseguiu ativar o mecanismo para detonar explosivos. A garota se recusa a voltar para casa. "Eu não quero ir para casa. Meu pai e irmão são do Talibã e vão me matar", disse à polícia.

A responsável local pelo serviço de proteção a mulheres, Khamila Niazi, declarou que fará um pedido para que a menina seja enviada para uma residência protegida em Cabul.

O presidente afegão, Hamid Karzai, pediu que as autoridades locais garantam que a criança possa retornar ao seu bairro para viver em segurança, de acordo com um comunicado da Presidência.

O Talibã, que negou seu envolvimento no caso, já foi acusado várias vezes de usar crianças para cometer atentados suicidas.

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