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Rebeldes se apoderam de QG de grupo jihadista na cidade síria de Aleppo

Os combatentes de vários grupos rebeldes se apoderaram do quartel-general do EIIL em Aleppo, capital econômica da Síria

Agência France-Presse
postado em 08/01/2014 15:14
Damasco - O grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) sofreu uma importante derrota militar nesta quarta-feira em Allepo, no norte da Síria, um dia depois de ter declarado guerra aos rebeldes sírios e ao governo do Iraque, controlado por xiitas.

Os combatentes de vários grupos rebeldes se apoderaram do quartel-general do EIIL em Aleppo, capital econômica da Síria, no noroeste do país, anunciou nesta quarta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"Os combatentes de diferentes brigadas islamitas tomaram o controle do antigo hospital para crianças, no bairro de Qadi Askar (centro), que antes era o quartel-general do EIIL na cidade de Aleppo", indicou o OSDH.

"No momento, não há informações sobre centenas de combatentes do EIIL que estavam no edifício", acrescentou esta organização.

"De acordo com as informações preliminares, foram libertados dezenas de detidos que estavam no interior do hospital, transformado em uma das prisões mais importantes do EIIL", informou a ONG com sede no Reino Unido.

Aleppo, uma das principais frentes de batalha na guerra síria há quase três anos, está dividida desde o verão de 2012 entre setores rebeldes e zonas controladas pelo regime.

Na terça-feira, o porta-voz do EIIL, Abu Mohamed al-Adnani, pediu que os combatentes do grupo na Síria "aniquilem totalmente [os demais rebeldes] e acabem com a conspiração em seu nascimento".

Na mensagem de áudio aos rebeldes, Adnani afirmou: "Nenhum de vocês sobreviverá e faremos de vocês um exemplo para todos os que pensam em seguir o mesmo caminho".

Na mesma mensagem, o EIIL ameaçou de morte os membros da Coalizão Nacional Opositora síria e o Exército Sírio Livre (ESL), considerados "alvo legítimo" dos "jihadistas".

O EIIL "considera que o Conselho Nacional [principal integrante da coalizão síria], o Estado-Maior e o Conselho Militar [...] declararam guerra" ao grupo, e "cada membro dessas entidades é um alvo legítimo, a menos que se declare publicamente contra [...] o combate aos mujahedines", declarou.

Adnani adotou um tom menos agressivo em relação à Frente Al-Nosra, braço oficial da Al-Qaeda na Síria.

A Frente adotou, segundo o OSDH, uma posição de neutralidade nesta batalha, à exceção da cidade de Raqa, onde seus milicianos combatem o EIIL.

Na terça-feira, o líder da Frente Al-Nosra, Abu Mohammad al-Kholani, pediu um cessar-fogo entre as rebeldes sírios e os jihadistas do EIIL, e exortou todas as partes a se concentrarem no combate ao regime de Bashar al-Assad.

Desde sexta-feira passada são travados combates entre três coalizões de rebeldes e o EIIL, um grupo originário do Iraque e que até bem pouco tempo era aliado dos rebeldes contra o regime.

No total, 274 pessoas morreram, incluindo 228 combatentes de ambos os lados e 46 civis.

Esta situação beneficia o governo, segundo fontes governamentais.

"Conscientes do fracasso, eles lutam entre si e esta batalha é um dos aspectos do conflito que opõe as diferentes potências que apoiam esses grupos como a Turquia, Catar e Arábia Saudita", indicou uma fonte dos serviços de segurança à AFP.

[SAIBAMAIS]Enquanto isso, os dois jornalistas suecos que estavam desaparecidos na Síria desde novembro foram libertados, segundo relatou à AFP o embaixador da Suécia na Síria, Niklas Kebbon, nesta quarta-feira.

No campo diplomático, os ministros das Relações Exteriores do Grupo de onze países Amigos da Síria se reunirão no domingo em Paris com a Coalizão Síria (oposição), anunciou uma fonte oficial.




Esta reunião é realizada dez dias antes da conferência de paz prevista para o dia 22 de janeiro na Suíça.

A reunião de Paris, que será realizada no Ministério francês das Relações Exteriores, terá a participação de quase todos os ministros dos onze países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Egito e Jordânia", informaram fontes diplomáticas.

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