Agência France-Presse
postado em 11/01/2014 11:11
[SAIBAMAIS]Nascido no dia 26 de fevereiro de 1928 na Palestina sob mandato britânico, Sharon foi o braço direito do fundador histórico da direita nacionalista, Menahem Begin, que chegou ao poder em 1977, antes de revolucionar o panorama político israelense. Como nenhum outro dirigente, este homem com fama de "falcão" colocou sob suspeita o sonho do "Grande Israel" ao ordenar a retirada da Faixa de Gaza, em 2005, após 38 anos de ocupação. Até então ninguém havia se atrevido a tocar na política de colonização para desmantelar assentamentos.
O mais surpreendente foi a decisão ter partido daquele que foi o paladino da colonização. Mas Sharon concluiu que Israel tinha que renunciar a manter todos os territórios conquistados na guerra de 1967 se desejava continuar sendo um "Estado judeu e democrático". Algumas decisões provocaram o ódio dos palestinos, a irritação da comunidade internacional e muitas críticas em Israel. Mas com a retirada de Gaza recebeu muitos elogios.
Antes, ele havia sido um chefe de guerra implacável. Quando era ministro da Defesa, Israel executou em 1982 uma interminável e desastrosa invasão do Líbano para tentar expulsar Yasser Arafat, o dirigente histórico palestino. Uma investigação oficial o declarou culpado de não ter previsto nem impedido os massacres cometidos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila em setembro de 1982 por uma milícia cristã aliada de Israel. Sharon teve que renunciar ao cargo.
Ariel Sharon, um personagem impetuoso e tenaz, com físico imponente e humor mordaz, pouco cuidadoso com o financiamento das campanhas eleitorais, deu as costas em novembro de 2005 ao Likud para criar o partido de centro Kadima, enquanto planejava outras retiradas da Cisjordânia.
"O Buldôzer"
Nascido em uma família procedente de Belarus, Ariel Sharon mostrou durante a longa carreira no exército, iniciada aos 17 anos e onde foi ferido em duas ocasiões, um gosto pelos métodos expeditos. À frente da unidade 101 dos comandos e depois das unidades de paraquedistas, liderou operações de punição, a mais violenta terminou em 1953 com a morte de quase 60 civis na localidade palestina de Kibia.
Em 1969, Sharon debilitou por muito tempo a resistência palestina em Gaza com operações dos comandos. Durante a guerra de outubro de 1973, voltou a demonstrar suas capacidades militares ao atravessar o canal de Suez e cercar o exército egípcio com uma manobra ousada. Em 28 de setembro de 2000, sua visita à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, terceiro local sagrado islã, provocou indignação. No dia seguinte explodiu a segunda Intifada.
Mas Sharon considerou a situação apenas uma pequena batalha de uma "guerra de 100 anos" contra o sionismo e Israel. Com a promessa de esmagar a revolta palestina, foi eleito de maneira triunfal primeiro-ministro em 6 de fevereiro de 2001 e reeleito em 28 de janeiro de 2003. Ele queria a separação dos palestinos, mas segundo as condições de Israel. Esta era a missão histórica que pretendia realizar.
Mas, pouco depois de seu derrame, o homem forte de Israel passou a cair no esquecimento, preso a uma cama de hospital e velado pela família. Seu nome era citado de maneira esporádica pela imprensa.