postado em 11/01/2014 17:30
O corpo do ex-premiê israelense Ariel Sharon será enterrado na segunda-feira (13/1) na fazenda em que vivia, localizada na cidade de Negev, sul de Israel, segundo a imprensa local. Ele morreu neste sábado (11/1) após oito anos em coma, no Hospital Sheba Medical Centre, próximo a Tel Aviv. Sharon estava hospitalizado desde 4 de janeiro de 2006, quando sofreu um derrame cerebral. A noticia causou uma onda de homenagens em Israel, enquanto palestinos denunciavam "um criminoso de guerra", por não ter enfrentado em vida a justiça internacional.A organização Human Rights Watch (HRW) considerou "lamentável; que Sharon tenha ido para o túmulo sem responder à justiça por seu papel em Sabra e Shatila (os massacres nos campos de refugiados palestinos em Beirute Oeste em 1982), além de outras violações dos direitos humanos. ;Sharon era um criminoso, responsável pelo assassinato de Arafat e esperávamos que comparecesse perante a Corte Penal Internacional (CPI) como criminoso de guerra", disse Jibril Rabub, um alto funcionário do Fatah, movimento do histórico líder palestino e do atual presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apresentou condolências aos israelenses e à família de Sharon, a quem descreveu como "um líder que dedicou sua vida a Israel". "Reafirmamos nosso compromisso inabalável com a segurança de Israel. Continuamos a lutar por uma paz e segurança duradouras para o povo de Israel, inclusive através do nosso compromisso com o objetivo de dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança", declarou Obama em referência aos territórios palestinos, citado em um comunicado.
[SAIBAMAIS]Em Khan Yunes, no sul da Faixa de Gaza, centenas de membros da Jihad Islâmica queimaram retratos de Sharon e distribuíram doces em sinal de alegria, segundo o movimento radical. Da mesma forma, nas ruas dos povoados da Cisjordânia, a animosidade com relação ao general israelense era o sentimento predominante após anunciar a sua morte.
Renúncia
Enquanto ministro da Defesa israelense no começo dos anos 1980, Sharon foi obrigado a renunciar ao cargo após a matança de centenas de refugiados civis palestinos, executada por seus aliados brigadistas cristãos libaneses nos campos de Sabra e Shatila. Uma comissão de investigação israelense concluiu que sua responsabilidade foi "indireta", embora pessoal, após estabelecer que ele tomou a decisão de deixar os brigadistas entrar nos dois campos e que não podia ignorar o risco de um massacre, acrescentou o HRW.
Com informações da France Presse