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Ministro venezuelano do Interior pede que polícia corrupta seja denunciada

Corrupção policial é considerada pelos analistas uma das razões para os altos índices de violência criminosa no país

Agência France-Presse
postado em 11/01/2014 20:51
Caracas - O ministro do Interior da Venezuela, Miguel Rodríguez, pediu neste sábado que se denunciem os policiais corruptos, ao difundir durante um ato seu número de celular para que os oficiais subalternos o informem sobre possíveis irregularidades nos atos de seus superiores. "Os novos policiais (...) sempre vão conseguir superiores brilhantes, preparados, mas também vão conseguir superiores com vícios. Denunciem-nos sem medo porque isso faz mal à autoridade que a polícia deve ter perante o povo", disse Rodríguez em ato em Caracas, transmitido pela TV oficial.

A corrupção policial é considerada pelos analistas uma das razões para os altos índices de violência criminosa no país, onde os homicídios oscilam entre 39 a 79 por 100 habitantes, segundo cifras do governo e de ONGs, respectivamente.

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Após divulgar seu número de celular diante de outras autoridades e policiais presentes, o ministro convidou os novos oficiais da polícia a ligar para ele ou enviar mensagens de texto com denúncias. "Passem-me a informação e imediatamente arrancamos a cabeça a este superior por ser imoral. Não podemos permitir mais imoralidade na polícia nacional, é a única forma de podermos ganhar a estima e o respeito do povo venezuelano", acrescentou Rodríguez.

O ministro fez este apelo depois do assassinato, esta semana, da atriz e ex-miss Monica Spear e de seu marido na frente da filha de cinco anos do casal, dentro do carro em que viajavam em uma estrada do norte do país. O crime causou comoção nacional e internacional.

Sete pessoas foram presas preventivamente por este crime, entre eles o autor material dos assassinatos e dois adolescentes.

Especialistas afirmam que a impunidade generalizada é o principal incentivo dos criminosos na Venezuela, além da circulação de armas ilegais, de um sistema judicial ineficiente, da superlotação carcerária e da corrupção policial.

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