Negociador iraniano, o vice-ministro das Relações Exteriores, Abas Araghchi, deve conceder uma entrevista coletiva na noite deste domingo. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou neste domingo que o acordo sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e as grandes potências será aplicado a partir de 20 de janeiro, como anunciou pouco antes o ministro iraniano das Relações Exteriores.
"Comemoro este avanço importante, e vamos a partir de agora nos concentrar no trabalho crucial com o objetivo de obter uma resolução exaustiva que leve em conta nossas inquietações relacionadas ao programa nuclear iraniano", declarou Obama em um comunicado. "Não tenho ilusões quanto à dificuldade em alcançar este objetivo, mas em nome da segurança nacional e mundial, chegou a hora de dar uma oportunidade à diplomacia", pontuou o presidente americano.
Os representantes iranianos e da União Europeia (UE) chegaram a uma resolução nesta sexta-feira em Genebra sobre a aplicação do acordo temporal que precisava de ratificação por parte dos países signatários e de decisão da data de início para sua aplicação, segundo os negociadores. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, negociou com o Irã em nome do grupo 5%2b1 (China, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e França, mais a Alemanha).
O acordo entre o grupo 5%2b1 e Teerã prevê uma limitação no enriquecimento de urânio no Irã a menos de 5% durante seis meses, um período no qual não haverão novas sanções econômicas para o país e parte das que são aplicadas atualmente serão retiradas. A última rodada de negociações realizada em Genebra estava destinada a regular de forma política três questões pendentes. Uma das principais, segundo as fontes diplomáticas, se referia às últimas gerações de centrífugas iranianas para enriquecer urânio.
O Irã possui atualmente mais de 19.000 centrífugas, das quais mil são de segunda geração e ainda não começaram a funcionar.
Os países ocidentais e Israel suspeitam que o Irã tente levar adiante um programa para elaboração de uma bomba atômica, hipótese descartada pela República Islâmica, que garante que seu programa tem fins civis.