Detroit - O salão do automóvel de Detroit começou com otimismo renovado nesta segunda-feira (13/1), em um momento em que os fabricantes de carros projetam um maior crescimento e mostram novas caminhonetes potentes, carros esportivos e muito luxo.
Pelo menos 50 novos modelos de mais de uma dezena de fabricantes serão apresentados na cidade durante os dois dias de exibições para a imprensa.
Os fabricantes se esforçam para chamar a atenção dos 5.000 jornalistas entre uma apresentação e outra e gastaram mais de 200 milhões de dólares em chamativos expositores.
A General Motors saiu na frente depois que sua marca Chevrolet recebeu a designação de carro e caminhonete do ano, com seu modelo de esportivo Corvette Singray e a caminhonete Chevy Silverado.
"A Chevrolet está em meio a uma profunda transformação do produto nos mais de 100 anos de história da marca", disse o presidente da Chevy, Alan Batey.
"O Corvette e a Silverado realmente representam a paixão, o compromisso e o centro que está nos leva a colocar (no mercado) os designs mais expressivos, as tecnologias mais inovadoras e um desempenho cativante em cada veículo".
Todos os olhos estavam voltados para a Ford, contudo, na apresentação da nova caminhonete pick-up F-150, redesenhada com uma ampla gama de novas tecnologias e características e uma considerável diminuição de seu peso para facilitar a economia de combustível.
A mudança de algumas peças de aço por alumínio, que ajudou a Ford a reduzir o peso da caminhonete em 317 quilos, é visto como um grande risco porque os compradores de caminhonetes estão muito centrados na força, na capacidade de rebocar e no desempenho.
A F-150 foi o veículo mais vendido nos Estados Unidos durante 32 anos consecutivos e é parte fundamental da carteira de negócios da Ford.
[SAIBAMAIS]O número dois da indústria automotiva norte-americana insistiu que o novo modelo é "mais forte, mais elegante e com maior capacidade dos F-150 (lançados) até agora".
"O completamente novo F-150 redefine o futuro das caminhonetes", disse Mark Fields, diretor de operações da Ford.
A Mercedes conseguiu um salto sobre seus competidores contratando Kelly Rowland, da Destiny;s Child, para a apresentação de seu elegante e luxuoso novo sedan Classe-C, em um exclusivo evento no Westin Hotel domingo.
"No desenvolvimento do novo Classe-C, apostamos em um automóvel de acordo com nosso mantra: ;O melhor ou nada;", disse o diretor de Mercedes, Dieter Zetsche, na apresentação do veículo mais vendido da casa alemã.
A General Motors tentou roubar um pouco da atenção que a caminhonete da Ford atraiu, com a apresentação, no domingo de sua GMC Canyon, uma caminhonete pick-up de tamanho médio, em um complexo industrial renovado.
Mary Barra, pioneira do setor
Todos os olhos se voltaram para a nova diretora geral da GM, Mary Barra, a primeira mulher nomeada para dirigir uma das grandes empresas do setor.
Barra, que anteriormente era responsável pelo desenvolvimento global de produtos, disse que não vai permitir que os contadores dominem o plano de negócios da empresa.
"Nossos produtos são o resultado de colocar o consumidor no centro de tudo que fazemos. Isso impulsionou uma nova cultura ousada em nossa companhia, uma cultura que promove inovação e anima a tomada de riscos", disse.
"Se podemos satisfazer nossos clientes com algo inesperado, o faremos".
Depois de uma dolorosa reestruturação que inclui demissões em massa, as três principais empresas automobilísticas de Detroit estão obtendo grandes lucros, enquanto renovam seus principais produtos para aproveitar uma demanda que ressurge.
As vendas de automóveis nos Estados Unidos voltaram a níveis vistos 14 anos antes da devastadora crise de 2008 e cresceram 7,6% a 15,6 milhões de veículos em 2013. Há projeções de que o crescimento seja mantido este ano, embora em um ritmo mais lento.
Quase todas as companhias deste mercado altamente competitivo, que oferecem aos consumidores 340 modelos diferentes, foram capazes de ter lucros com as crescentes vendas.
"Este ano acreditamos que a indústria começará entrando em um período de nivelamento e o crescimento continuado de vendas será mais um resultado de lucros da economia que da demanda contida", disse no domingo o chefe da Toyota Motor para América do Norte, Jim Lentz.
A previsão da Toyota de 16 milhões de veículos é mais conservadora que a de alguns analistas, que acreditam que o mercado chegará aos 16,4 milhões em 2014, disse Lentz à Sociedade de Analistas do setor Automotivo.