Agência France-Presse
postado em 14/01/2014 17:03
Os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL) reconquistaram Raqa depois de intensos combates contra grupos rebeldes rivais pelo controle desse reduto do norte da Síria, indicou nesta terça-feira (14/1) uma ONG."O EIIL tomou totalmente o controle da cidade de Raqa após dias de confrontos", indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que se baseia em uma rede de militantes e fontes médicas na Síria.
O EIIL, ligado à Al-Qaeda, enfrenta desde o início do mês uma ofensiva de várias coalizões de rebeldes moderados, que se voltaram contra esse ex-aliado na luta contra o regime sírio, nas áreas controladas pela rebelião no norte da Síria.
Raqa é a única capital de província a escapar totalmente ao controle do regime de Bashar al-Assad. Esse reduto do EIIL é atacado pelos rebeldes há mais de uma semana.
Uma brigada leal à Frente Al-Nosra, braço oficial da Al-Qaeda na Síria, lutou contra o EIIL em Raqa, apesar do fato de a Al-Nosra ter manifestado neutralidade nos enfrentamentos entre rebeldes e jihadistas.
Revoltados com as barbaridades atribuídas ao EIIL e com seus planos de conseguir a hegemonia nos territórios controlados pela rebelião, os rebeldes lançaram uma ofensiva no dia 3 de janeiro. O grupo mantém em seu poder centenas de civis, combatentes de grupos rebeldes rivais ou jornalistas, incluindo ocidentais.
Desde o início dos combates, o EIIL ataca frequentemente, cometendo atentados suicidas e efetuando ataques contra os rebeldes rivais.
Um atentado com carro-bomba efetuado por jihadistas matou pelo menos oito rebeldes sírios na noite de segunda pata terça-feira na província de Idleb (noroeste), segundo o OSDH.
Os combates entre jihadistas e outros rebeldes deixaram cerca de 700 mortos em dez dias, de acordo com o OSDH.
Nesta terça, 18 pessoas morreram em um bombardeio das forças do regime no bairro de Ghouta, em Homs (centro), segundo o OSDH.
Desde o início de uma revolta contra Assad, em março de 2011, a violência na Síria deixou mais de 130.000 mortos, segundo o OSDH, e milhões de refugiados e deslocados, de acordo com a ONU.