Agência France-Presse
postado em 14/01/2014 19:05
O cidadão iraniano-americano Mozafar Jazae, de 59 anos, foi detido nos Estados Unidos por ter tentado vazar para o Irã documentos militares sobre o programa do caça F-35, o mais caro da história do Pentágono, informou a Justiça americana nesta terça-feira (14/1).Jazae foi preso na última quinta-feira, 9 de janeiro, no aeroporto de Newark (Nova Jersey, nordeste), quando se preparava para embarcar para Teerã, com escala em Frankfurt, revela o comunicado do procurador federal de Connecticut (nordeste), Stephen Reynolds.
"Ele tentava enviar para o Irã documentos relacionados com o programa Joint Strike Fighter (JSF) F-35 da Força Aérea dos Estados Unidos e com os motores de caças, que roubou de empresários industriais para os quais trabalhou", explicou a Justiça, de acordo com o documento obtido pela AFP.
Jazae é acusado de transportar, transmitir e exportar bens obtidos por roubo, ou fraude, e pode ser condenado a dez anos de prisão e a uma multa de US$ 250 mil.
O caso remonta a novembro de 2013, quando as autoridades interceptaram em Long Beach (Califórnia) um caminhão com "produtos domésticos" enviados por Jazae de Connecticut, onde ele morava. A carga seria enviada de barco para Hamadan, no Irã.
Os funcionários da Alfândega descobriram que a carga continha "um grande número de caixas com documentos com informação técnica", diagramas e planos do F-35, um caça invisível que está sendo desenvolvido pelo Exército americano.
Os milhares de documentos tinham a inscrição "ITAR", que proíbe sua divulgação no exterior sem uma autorização especial, e pertencem a três empresas envolvidas na criação do F-35.
O gigante da aeronáutica Lockheed Martin está encarregado de desenvolver o caça, enquanto a Pratt é responsável pelo projeto dos motores.
Criado para substituir grande parte dos aviões de combate americanos, o F-35 Lightning II é o programa de armamento mais caro da história do país, com um orçamento de US$ 395 bilhões. O Exército americano pretende fabricar 2.443 aviões, incluindo centenas para oito aliados internacionais que investem no projeto, além de Japão e Israel.