Agência France-Presse
postado em 15/01/2014 07:56
Cairo - Os colégios eleitorais voltaram a abrir nesta quarta-feira (15/1) no Egito para o segundo e último dia de votação sobre a nova Constituição, em um referendo convertido em plebiscito sobre o general Abdel Fatah al-Sissi, chefe do Exército e homem forte do país. As urnas abriram às 7h (5h de Brasília).Se, como se espera, os eleitores aprovarem a nova Constituição, esta substituirá a redigida durante a presidência de Mohamed Mursi, que obteve 64% de votos favoráveis. A votação se desenvolveu com normalidade na maioria dos relógios eleitorais na terça-feira, embora, segundo os últimos dados, nove pessoas tenham morrido em confrontos nos arredores do Cairo entre partidários de Mursi, grupos opositores e a polícia.
[SAIBAMAIS]Além disso, 250 pessoas foram detidas, entre elas membros da Irmandade Muçulmana, o movimento do primeiro presidente democraticamente eleito no país, por perturbar a votação em algumas zonas. A porta-voz adjunta do Departamento de Estado americano, Marie Harf, expressou a preocupação dos Estados Unidos pelas informações sobre incidentes violentos durante o primeiro dia de votação, mas disse que esperava as informações dos "observadores egípcios e internacionais independentes sobre os méritos técnicos do referendo em curso".
Também declarou que uma cláusula de um projeto de lei que deve ser aprovado no Congresso na sexta-feira permitirá à Casa Branca descongelar 1,5 bilhão de dólares de ajuda para o Egito se for certificado que o país "realizou um referendo constitucional e está dando passos para apoiar uma transição democrática". O governo egípcio espera que um amplo apoio à nova Constituição sirva para reforçar sua questionada autoridade, enquanto Al-Sissi o encara como um indicador de sua popularidade, declarou um funcionário próximo ao general.
Embora não esteja claro quantos egípcios terão votado ao fim do dia, acredita-se que a Constituição será aprovada. As autoridades temem que um apoio baixo reforce a posição dos opositores islamitas e coloque em xeque sua legitimidade, segundo os analistas. As forças de segurança foram mobilizadas em todo o país diante do temor de que os recentes ataques dissuadam os eleitores de comparecer às urnas.