O poeta argentino Juan Gelman, ganhador do Prêmio Cervantes 2007, morreu nesta terça-feira (14/1), aos 83 anos, na Cidade do México, onde residia há mais de 20 anos, informou o governo mexicano.
"Juan Gelman, poeta da alma mexicana, poeta maior, está morto", escreveu no Twitter o presidente do Conselho Nacional para a Cultura e as Artes (Conaculta), Rafael Tovar.
O jornal mexicano Milenio, onde Gelman tinha uma coluna semanal, revelou que o poeta morreu em casa, sem precisar a causa do falecimento. Gelman era considerado um dos grandes poetas da língua espanhola e também um incansável lutador contra a impunidade das ditaduras do Cone Sul.
Por sua obra literária - que inclui os livros de poesia Violín y otras cuestiones e Gotán - Gelman recebeu numerosos prêmios, como o Cervantes e o Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana. Filho de imigrantes judeus ucranianos, Gelman perdeu durante a última ditadura argentina (1976-1983) o filho Marcelo, assassinado, e a nora María Claudia García, que segue desaparecida.
Claudia García foi sequestrada em Buenos Aires em 1976 - grávida - e levada ao Uruguai. A criança nasceu no território uruguaio, onde foi entregue à família de um policial.
Gelman lutou durante anos para encontrar a neta e obter justiça.