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Maduro diz que a Venezuela está pronta para conversar com os Estados Unidos

Maduro insistiu para que não voltem a ocorrer episódios como a negativa dos Estados Unidos para que seu avião presidencial sobrevoasse o espaço aéreo de Porto Rico em sua rota em direção à China em setembro

Agência France-Presse
postado em 16/01/2014 08:47
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira que seu governo está pronto e preparado para retomar as negociações com os Estados Unidos, depois do rompimento em julho de 2013 de um diálogo de aproximação para melhorar suas deterioradas relações diplomáticas.

"Nós estamos prontos e preparados para nos sentarmos em qualquer mesa de negociação para discutir os temas bilaterais e ver se em algum momento podemos alcançar um ponto ótimo para relações (...) positivas com o governo dos Estados Unidos", declarou Maduro em seu informe à nação sobre sua gestão na Assembleia Nacional.

Sem embaixadores desde 2010, os dois governos iniciaram em julho de 2013 um diálogo para discutir sua relação em nível máximo, liderado pelo chanceler venezuelano, Elías Jaua, e pelo secretário de Estado John Kerry, mas a iniciativa fracassou um mês depois. Em dezembro, Kerry reiterou que os Estados Unidos estão abertos a retomar este diálogo.

"Sobre o fundamento básico do respeito, é possível retomar os temas conversados por nossos chanceleres", afirmou o presidente Maduro, embora tenha lembrado que em 2013 ocorreram vários atritos diplomáticos que interromperam as negociações entre os dois países.

[SAIBAMAIS]

Maduro insistiu para que não voltem a ocorrer episódios como a negativa dos Estados Unidos para que seu avião presidencial sobrevoasse o espaço aéreo de Porto Rico em sua rota em direção à China em setembro.

"Já basta destas perseguições às vezes infantis, de hostilidades, o Governo dos Estados Unidos tem que se revisar profundamente e entender que a Venezuela agora é um país verdadeiramente independente", expressou o governante.

Em várias ocasiões, Maduro acusou Washington de travar junto à direita venezuelana uma "guerra econômica" contra seu governo, que levou a uma "inflação induzida" de 56% em 2013 e ao desabastecimento de produtos básicos. Os Estados Unidos sempre rejeitaram as acusações.

Em um dos atritos diplomáticos mais recentes, Maduro expulsou em setembro a encarregada de negócios americana, o que levou a uma medida similar de Washington.

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Apesar de suas relações tensas, os Estados Unidos são o principal comprador de petróleo da Venezuela, o maior produtor de petróleo latino-americano e que conta com as maiores reservas petrolíferas do mundo.

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