Agência France-Presse
postado em 16/01/2014 19:52
A popular Michelle Obama, que completa 50 anos nesta sexta-feira (16/1), mostra-se cada vez mais segura como primeira-dama dos Estados Unidos, sempre dentro dos limites estritos de uma posição tão exposta, mas ao mesmo tempo sem poder.
Michelle, que faz aniversário três dias antes do início do sexto ano do mandato de seu marido, o presidente Barack Obama, 52, "assumiu seu papel com prudência no começo, mas a cada ano parece se sentir mais à vontade", destaca o professor Robert Watson, da Universidade Lynn de Boca Raton, na Flórida, autor de vários livros sobre as "First Ladies".
Obama e Michelle são casados há 21 anos e têm duas filhas, de 12 e 15 anos.
Assim como o marido, a ex-Michelle Robinson é a primeira titular negra no cargo, que, na verdade, não existe. A Constituição não prevê um papel para a cônjuge do presidente, ainda que as primeiras-damas por tradição tenham um gabinete e uma pequena equipe de colaboradores, com um mínimo de tarefas de representação.
Além disso, "todas que chegam a esse cargo enfrentam a dificuldade de defini-lo de uma maneira que se adapte a sua personalidade", destaca Ruth Mandel, especialista em mulheres na política da Universidade Rutgers. "Acima de tudo, tem de ser uma vantagem, e não uma desvantagem para o presidente", completou.
Para Michelle Obama, trata-se, em princípio, de um plano limitado para uma brilhante advogada, formada com mérito nas universidades de Princeton e Harvard, após a infância em uma família modesta de Chicago.
Quando seu marido foi eleito vereador local, e depois congressista nos anos 2000, "era ela que tinha de longe o melhor salário", disse à AFP Liza Mundy, sua biógrafa, autora de "Michelle Obama, First Lady".
Vice-presidente de um hospital em Chicago, a mulher de Obama deixou o cargo em 2007, no início da primeira campanha de seu marido à presidência.
Embora brilhasse com luz própria, Michelle decidiu deixar sua estrela de lado na chegada à Casa Branca, em 2009, quando evocou sua vontade de ser antes de tudo a "mãe-em-chefe" de suas filhas, em uma alusão bem-humorada ao posto de comandante-em-chefe do presidente.
De corpo musculoso, esculpido pela intensa prática de exercícios físicos, essa mulher alta e elegante se tornou um ícone da moda. Suas escolhas de roupa já deram muito o que falar, tanto os vestidos prêt-à-porter de preço mais acessível quanto os espetaculares vestidos de gala, prestigiando criações de jovens estilistas americanos.
Ativismo a serviço do marido
Pouco a pouco, Michelle começou a abraçar causas de seu interesse, como a luta contra a obesidade infantil e o apoio às famílias dos militares. Segundo Watson, esses dois temas "se inscrevem nas prioridades de seu marido" - a reforma da saúde e o fim da presença militar americana no Iraque -, mas também são "muito cautelosos".
A senhora Obama, com popularidade de cerca de 65%, 20 pontos a mais do que o marido, protagonizou uma ativa campanha para ele em 2012 e fez um elogiado discurso na Convenção do Partido Democrata. Seu ativismo político permanece exclusivamente a serviço do presidente. Se ela tem opiniões políticas, guarda para si.
Michelle disse à revista "People" que presta especial atenção à sua saúde e, apesar de não ter vontade de se submeter a nenhuma cirurgia estética, aprendeu a "nunca dizer nunca".
Para Liza Mundy, sua prudência formal pode ser uma das principais críticas a Michelle. "Não tenho a impressão de que tenha revolucionado o papel de primeira-dama", afirmou a biógrafa, lembrando que, por exemplo, "não fala sobre as desigualdades raciais".
Watson acredita, por sua vez, que a primeira-dama já represente "um símbolo da destruição de barreiras raciais", capaz - graças a seu carisma - de gerar admiração das "donas de casa brancas que não têm nem amigas, nem vizinhas negras".
"Isso é o que permanecerá dela na história", acredita.
Michelle vai comemorar o aniversário cercada de amigos e de familiares neste fim de semana, em uma festa na Casa Branca.