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EUA usa novo coquetel letal e condenado agoniza por mais de 10 minutos

Dennis McGuire, condenado por estupro e assassinato de uma mulher grávida em 1989 foi executado com uma injeção do sedativo midazolam associado ao analgésico hydromorphona

Agência France-Presse
postado em 17/01/2014 09:01
Washington - O Estado de Ohio utilizou nessa quinta-feira (16/1) um novo coquetel letal para executar um condenado à morte, que agonizou durante mais de dez minutos antes de falecer. As autoridades penitenciárias comunicaram que Dennis McGuire, 53 anos, condenado por estupro e assassinato de uma mulher grávida em 1989, foi declarado morto às 10H53 local (13H53 Brasília) em Lucasville.

[SAIBAMAIS]McGuire foi executado com uma injeção do sedativo midazolam associado ao analgésico hydromorphona, uma mescla jamais utilizada antes nos Estados Unidos. As drogas foram aplicadas às 10H29, cerca de 24 minutos antes do momento da morte declarada, segundo o jornal Columbus Dispatch. "Às 10H33, McGuire começou a ofegar fortemente e a produzir gemidos de agonia, em um processo de sufocamento que durou ao menos dez minutos". No final, "um gemido longo e profundo saiu de sua boca", revelou um jornalista que assistiu à execução.



A execução foi a mais demorada desde que Ohio restabeleceu a pena capital, em 1999. Os advogados de McGuire afirmaram que ele morreu de "falta de ar", no que constituiu uma "pena cruel e incomum", algo proibido pela Constituição. Maya Foa, diretora da equipe de pena capital da ONG Reprieve, acusou as autoridades de Ohio de ignorar as advertências dos especialistas sobre o novo coquetel letal. "Foram advertidos de que experimentar com pessoas desta maneira representava um risco de fazê-los sofrer, e isto se confirmou".

Como em outros estados americanos, Ohio mudou o coquetel letal após a decisão de fabricantes europeus de suspender a venda de um analgésico frequentemente utilizado para execuções. "Diante da duração e da perturbadora descrição da execução (...) parece que a injeção letal neste país se tornou algo mais problemático e atroz do que nunca", disse à AFP Deborah Denno, da Escola de Direito da Universidade Fordham.

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